De olho no boi: O que esperar para o mês de dezembro no mercado de carne bovina?
O mercado do boi gordo contou com poucas variações em novembro, com o indicador Cepea/Esalq do animal acumulando alta de 0,93% no mês.
Vale lembrar que 2023 ficou marcado por um ano de forte queda nos preços em função do ciclo pecuário favorável no Brasil.
Com isso, o Agro Times ouviu alguns especialistas sobre o mercado de proteína animal em dezembro, assim como as perspectivas para exportações e preços em 2024.
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Arroba do boi gordo
Até o final do ano, os preços do boi gordo devem seguir firmes e novas altas não estão descartadas, puxadas, principalmente, pela melhora no consumo interno que costuma ocorrer nesse período de festas de final de ano, comenta Allan Maia, analista da Safras & Mercado.
No começo de 2024, o consumo interno de carne bovina e as exportações perdem força, e com o atual quadro de El Niño impactando as pastagens brasileiras, a oferta de boiadas deve seguir ditando o ritmo de preços, na visão de Scot Consultoria.
Durante novembro, o mercado do boi terminou o mês com firmeza nas praças pecuárias Brasil afora.
Com a demanda pela carne bovina aquecida nos mercados interno e externo e, pautadas numa redução da oferta de boiadas destinadas ao abate, as cotações do “boi comum”, da vaca e da novilha subiram nas praças paulistas, na comparação diária.
Com isso, as cotações ficam em R$ 245,00 por arroba para o “boi China”, R$240,00 por arroba para o “boi comum”, R$220,00 por arroba para a vaca e R$230,00 por arroba para a novilha, todos os preços brutos e a prazo.
Atacado e varejo
Na comparação feita semana a semana, os preços no mercado atacadista de carne com osso e sem osso tiveram comportamentos distintos, segundo a Scot.
Em São Paulo, os preços no varejo seguem o comportamento típico de final de ano, com incremento nos preços pela sétima semana consecutiva. O volume de carcaça destinado às vendas no atacado nesta semana parece ter diminuído, o que resultou em incrementos positivos.
A cotação da vaca casada ficou estável e a da novilha casada aumentou 0,3%, precificadas em R$ 14,50/kg e R$ 15,00/kg, respectivamente. A cotação da carcaça casada de bovinos castrados também teve ajuste positivo de 0,3%, negociada em R$ 15,63/kg, e houve recuo de 2,2% na cotação da carcaça de bovinos inteiros, precificada em R$ 14,75/kg.
No atacado de carne sem osso, a média geral dos cortes monitorados caiu 0,3%, puxada pelos cortes de traseiro, que caíram 0,6%, puxados pela queda nos preços da alcatra com maminha e do patinho. Dentre os cortes de traseiro, apenas os preços da picanha (A e B) subiram.
Já a média de preços dos cortes de dianteiro registrou alta de 0,7% na semana, puxada pela paleta sem músculo (alta de 1,7%) e do lombinho (1,3%).
No varejo, as médias dos preços foram distintas nas praças. Em São Paulo e Rio de Janeiro, as médias subiram 0,2% e 1,2%, respectivamente. Nas praças paranaense e mineira, entretanto, caíram 0,3% e 0,2%, na sequência.
Com o início do mês e o pagamento da primeira parcela do 13º salário, a perspectiva é de que preços firmes persistam, pautados na possibilidade de melhora na demanda e menor oferta de matéria-prima (boi gordo).
Exportações de carne bovina
No acumulado do ano, até outubro, a exportação de carne bovina in natura chegou a 1,6 milhão de toneladas, volume 5,9% menor que o registrado no mesmo período de 2022, com 1,7 milhões de toneladas.
Em novembro, foram exportadas 187,9 mil toneladas de carne bovina in natura, com média diária embarcada 26,3% maior que o registrado em novembro/22.
Assim, o volume consolida este o mês de novembro de 2023 como melhor da história, e somado ao volume já embarcado, coloca este ano como o segundo melhor na história. Apesar disso, os preços pago pelos importantes seguiram em baixa.
“Dezembro deve ser um mês com volumes menores do que foi novembro. O trâmite para que a carne bovina chegue até a China, nosso principal cliente, leva entre 60 a 80 dias, e o momento de maior demanda local é o Ano Novo Lunar, que ocorre em meados de fevereiro do próximo ano”, explica Felipe Fabbri, da Scot.