De olho no boi: O que esperar para as exportações do Brasil e como a Argentina pode mexer no mercado em 2024?
O mercado do boi gordo atravessou a primeira metade do último mês de 2023 com um movimento de alta, com o indicador Cepea/Esalq avançando 4,05% na parcial de dezembro. Ainda assim, o ano ficou marcado por uma queda nos preços, em função do ciclo positivo do boi.
Segundo o Instituto Brasileiro e Geografia e Estatística (IBGE), os abates são os maiores dos últimos nove anos, assunto debatido na semana passada.
Em relação aos abates de bovinos no Brasil, o número de 2023 é o maior dos últimos nove anos – 24,64 milhões de animais de janeiro a setembro –, e a participação de fêmeas (vacas adultas e novilhas), que respondem por 42,3% do total.
- Eletrobras (ELET6), Alupar (ALUP11) e outras vão a disputa em leilão de transmissão; qual das ações é a mais recomendada para aproveitar o momento? Confira em qual delas investir no Giro do Mercado desta sexta-feira (15), é só clicar aqui:
Com isso, vamos focar no que esperar para as exportações do Brasil em 2024 e como a Argentina, com novas medidas econômicas, pode mexer no mercado.
Exportações de carne bovina
De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o Brasil deve seguir na liderança das exportações globais de carne bovina e abocanhar uma maior fatia no mercado, exportando 100 mil toneladas a mais do que 2023.
% do comércio global – USDA | 2023 | 2024 |
---|---|---|
Brasil | 23,4% | 23,9% |
Austrália | 13% | 13,4% |
Índia | 12,1% | 12,3% |
Estados Unidos | 11,7% | 10,8% |
Argentina | 7,2% | 7,6% |
Na visão de Hyberville Neto, da HN Agro, a desvalorização do peso deve beneficiar a Argentina, mas segundo ele, é necessário saber como a tributação deve incidir nas exportações.
Segundo o jornal argentino La Nacion, há um plano do Governo em estabelecer uma alíquota de 15% para todos os produtos de exportação da Argentina, o que irritou os produtores do país, que já esperavam um fim dos impostos.
“Pelo o que o governo de Javier Milei sinaliza, essas medidas parecem ser algo transitório, para segurar o baque inflacionário que uma desvalorização do peso tem. O USDA sinaliza que as exportações devem crescer 60 mil toneladas em 2024.
O ano de 2023 para a carne bovina
Hyberville ressalta que 2023 ficou marcado pela pressão de baixa para o mercado de reposição e um avanço no abate de fêmeas.
Com uma oferta elevada e exportações muito próximas ao registrado em 2022, mais carne bovina esteve disponível no mercado doméstico.
“A margem da indústria do mercado doméstico esse ano melhorou esse ano por conta da diminuição do preço da matéria-prima (boi gordo), com uma variação próxima no atacado e varejo nos últimos meses, o gerou um aumento do escoamento de carne no mercado doméstico”, explica
De janeiro até novembro, houve uma queda de 20,8% no preço médio em dólares da carne bovina, sendo esse um dos principais problemas do mercado de carne bovina em 2023.