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De olho no boi: Com carnaval à vista, fevereiro deve reservar melhores vendas e preços

27 jan 2024, 10:50 - atualizado em 27 jan 2024, 10:52
boi gordo carnaval
O mercado do boi gordo trabalhou com uma oferta um pouco melhor ao longo da segunda quinzena de janeiro; confira Foto: Flavia Fiorini/Embrapa Territorial

A cautela tem sido o foco do mercado interno do boi gordo ao longo de janeiro, de acordo com pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

O motivo para isso fica por conta dos menores preços do animal, que recuaram 2,06% na parcial do mês, segundo o indicador Cepea/B3 do animal, em R$ 247,10.

Sendo assim, embora o foco seja a comercialização de animais prontos para abate nesse período de início de ano, pecuaristas não estão dispostos a aceitar preços que considerem baixos

Dessa maneira, ouvimos um especialista de mercado, que falou sobre o negócios ao longo de janeiro, com os produtores optando por vender uma pequena parte do seus animais pela necessidade de caixa.

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O mercado do boi gordo

De acordo com o Hyberville Neto, da HN Agro, o mercado do boi gordo trabalhou com uma oferta um pouco melhor ao longo da segunda quinzena de janeiro, com a volta dos produtores aos negócios.

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“Isso gerou um cenário de escalas mais confortável para a indústria, que testou o mercado com valores um pouco menores. Em algumas regiões fora de São Paulo, as cotações cederam um pouco e o diferencial de base se alongou. Apesar de ajustes terem ocorrido, o mercado está em um movimento mais lateralizado, com pressão, de queda clara, no cenário geral”, explica.

O que esperar em fevereiro?

Para Neto, o escoamento mais lento de carne na segunda quinzena, se somado às vendas tipicamente mais calmas de janeiro como um todo, favorecem esse cenário mais fraco para as cotações.

“A virada de mês deve trazer melhoria às vendas de carne e um pouco depois, o carnaval acaba beneficiando um pouco também. Isso pode gerar um cenário mais firme para as cotações do boi gordo”, pontua.

Exportações em 2024

As exportações começaram 2024 em ritmo mais forte, ainda que tem diminuído sua intensidade. Apesar disso, os embarques seguem firmes, com aumento de volume na comparação com 2023, que foi o melhor janeiro já registrado.

“Se considerarmos a média de variações do boi gordo entre janeiro e fevereiro, nos últimos dez anos, houve mais altas (4) que recuos (3), com um avanço médio de 1% entre janeiro e fevereiro para o boi gordo em São Paulo”, finaliza.

O grande ponto de inflexão fica por conta dos preços pagos pelos importadores. “A tonelada é negociada em torno de US$ 4.500, preços que não remuneram a indústria e explicam a queda nos valores em 2023. Há um cenário complexo para formação de preço, muito em função da economia desaquecida na China, assim como o excesso de carne suína no país asiático, com o governo chinês trabalhando para tornar a atividade rentável novamente, o que ainda não ocorreu”, analisa Fernando Iglesias, da Safras & Mercado.

Por fim, há 12 meses, o preço pago pela China para a tonelada de carne bovina era de US$ 6.288,50, recuo de quase 30% na comparação com o valor atual. Com isso, apesar de um recorde, há expectativa para menor receita em 2024.