De olho na Super Quarta: O que mexe com a renda fixa e o Tesouro Direto nesta semana
Na última semana, os dados do IPCA-15, índice que apresenta a prévia da inflação, mostraram uma elevação de 0,3%, que ficou acima do esperado pelo mercado. Com isso, a narrativa de que a taxa Selic deve ter uma alta, ganhou força entre os analistas.
Além disso, o governo confirmou o congelamento de R$ 15 bilhões nas despesas, o que reforçou o compromisso das autoridades com o equilíbrio fiscal. No entanto, economistas avaliam que a medida não é suficiente para conter o risco fiscal e que será necessário um contingenciamento maior das despesas até o final deste ano, dependendo do crescimento das receitas.
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Com isso, os juros futuros brasileiros encerraram a semana com forte abertura por toda a extensão da curva, com mais intensidade nos vértices intermediários. As taxas de juro real também tiveram um novo aumento, com as NTN-Bs (Tesouro IPCA+) se consolidando no patamar de 6,30%, segundo a leitura da equipe de renda fixa da XP Investimentos.
Enquanto isso, no mercado internacional, o destaque foi para os dados do PIB nos Estados Unidos, que superou o consenso ao crescer 2,8% no comparativo anual. Enquanto isso, o PCE, indicador favorito do federal Reserve para a inflação americana, teve um avanço de 0,18% ante maio.
Entre os títulos do Tesouro, os papéis fecharam mistos durante a semana, com a maior queda semanal sendo da LTN-F 2027, a -0,30%. Por outro lado, a que apresentou maior variação positiva foi a NTN-B 2024, com 0,29%.
Enquanto isso, no mercado secundário de crédito privado brasileiro, os spreads das debêntures indexadas ao CDI terminaram a semana em queda. O índice IDEX-DI fechou em 1,80%, contra 1,83% da semana passada.
Os prêmios das debêntures isentas também diminuíram, ainda de acordo com a XP. O fluxo médio diário de negociações em debêntures não incentivadas foi de R$ 1,48 bilhão, sendo R$ 734 milhões em debêntures incentivadas, R$ 325 milhões em CRIs e R$ 441 milhões em CRAs.
O que mexe com a renda fixa e o Tesouro Direto nesta semana?
Para começar, nesta segunda-feira (29) o mercado recebe as novas projeções do Relatório Focus. As apostas para a inflação subiram de 4,05% para 4,10% para este ano e de 3,90% para 3,96% para o próximo.
Na terça-feira (30), as reuniões para a decisão da política monetária brasileira iniciam. Ainda na terça, ocorre a divulgação do Índice de Preços ao Produtor (IPP) e do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M). Os EUA divulgam o relatório JOLTs sobre as ofertas de emprego no mês de junho.
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Depois, na quarta-feira (31), o mercado recebe as decisões tanto do Comitê de Política Monetária (Copom), quanto do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc). Os bancos centrais brasileiro e americano decidem as novas taxas de juros para os países. É esperada a manutenção por ambas as autoridades.
Depois, na quinta-feira (01), a agenda internacional volta a ser o destaque, com o Reino Unido também divulgando a decisão para os juros do país e os EUA relatando o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) Industrial de julho.
Fechando a semana, na sexta-feira (02) mais um indicador norte-americano é destacado: o Relatório de Emprego (Payroll) não-agrícola de julho. Na divulgação de junho, 136 mil pessoas foram empregadas.
*Com Giovanna Castro