De cinco, apenas uma ação do setor de saúde na Bolsa vale a pena
O BTG Pactual gosta apenas de uma das cinco ações no setor de saúde na Bolsa brasileira, mostra um relatório enviado a clientes nesta quinta-feira (26) pelos analistas Samuel Alves e Eduardo Rosman após uma conferência realizada em Nova York com os CEOs do segmento.
“A Hapvida (HAPV3) permanece como a nossa top pick no setor”, disseram.
A instituição ressalta positivamente o foco principal da Hapvida nos crescimentos orgânico e inorgânico. “A companhia proveu mensagem otimista, destacando a maturidade de seu novo projeto mais recente em Jonville”, apontam os analistas.
A companhia reiterou que as principais reduções no índice de sinistralidade devem ser em parte repassadas aos preços, “acelerando a consolidação orgânica”.
A recomendação para as ações é de compra, com preço-alvo de R$ 54 – upside (potencial de valorização) de 3,4% conforme o último fechamento.
SulAmérica
Para a SulAmérica (SULA11), destaque para a nova estratégia da companhia diante do recente desinvestimento na divisão automotiva, que deverá trazer R$ 1,5 bilhão ao caixa. “A empresa agora possui um portfólio mais sinérgico (integrando ortodontia, saúde e planos de vida), o qual detém grande potencial de crescimento e prospectos bons de lucratividade”, diz o BTG.
Os executivos destacaram o lançamento do produto “Sulamerica Direto” em São Paulo e no Rio de Janeiro, que compartilha os riscos com os provedores dos planos, “o que torna bem competitivo o produto, com preços médios 20% mais baratos do que o resto do portfólio da SulAmérica”.
A recomendação para as ações é neutra, com preço-alvo de R$ 45 para doze meses. Caso se materializem as projeções, o papel poderá cair 1,3% – de acordo com a cotação da última quarta-feira (26).
Fleury
A Fleury (FLRY3) deverá estabelecer o seu segmento premium. “A empresa continua a fazer sua lição de casa para acelerar o crescimento orgânico, a despeito de todos os desafios no segmento ultra-premium”, aponta os analistas, em referência a queda de 7,5% no volume de planos premium em 2018 na relação anual.
A diretoria executiva destacou o lançamento de diversas iniciativas como propulsoras, como o home care e exames de mapeamento de genoma. “Contudo, pelo fato desta receita extra ser menos escalável em relação ao resto do portfólio da Fleury, vemos pressão nas margens, especialmente após os ganhos claros de produtividade nos anos recentes”, pondera o BTG.
A recomendação para os papeis é neutra e o preço-alvo estimado é de R$ 21. A estimativa contempla desvalorização de 17% em doze meses segundo o último fechamento.
OdontoPrev
A Odontoprev (ODPV3) ressaltou que o crescimento no segmento corporativo permanece pressionado pelo panorama macroeconômico desfavorável, embora não haja visualização de piora no ambiente competitivo para o segmento de odontologia.
“Apesar de um crescimento até agora um pouco nebuloso, a companhia reiterou que existe sazonalidade mais positiva no segundo semestre para as adições líquidas”, diz o BTG. Para o banco, o principal fator de crescimento – melhora no mix de produtos – já está precificado pelo mercado.
A recomendação para as ações é neutra e o preço-alvo é de R$ 18, upside de 9,2% diante do último fechamento.
Qualicorp
Em relação à Qualicorp (QUAL3), os analistas ponderam que a empresa deverá concluir sua redução de capital em outubro, quando continuará a caminhar em direção a reestruturação do segmento corporativo.
Por último, o BTG Pactual projeta que a operação da Rede D’Or deverá melhorar o canal de distribuição da Qualicorp, contribuindo para pavimentar o crescimento da companhia.
A recomendação dos papeis é neutra, com preço-alvo de R$ 23. Em caso de concretude nas estimativas, o papel caíra 23,6% em doze meses.