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De Beers repensa negócio em meio a colapso do setor de diamantes

26 jul 2020, 17:00 - atualizado em 24 jul 2020, 13:28
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Embora a De Beers possua uma das marcas de luxo mais poderosas do mundo, permanece ligada a tradições que, em alguns casos, praticamente são as mesmas há décadas (Imagem: Facebook/De Beers)

A De Beers, a maior e mais antiga produtora de diamantes do mundo, estuda maneiras de reestruturar minas, se expandir em joias e reformular vendas em meio à paralisação do setor pela pandemia.

A empresa fundada pelo imperialista britânico Cecil Rhodes no final do século XIX estava sob pressão para se reestruturar antes mesmo do coronavírus.

Embora a De Beers possua uma das marcas de luxo mais poderosas do mundo, permanece ligada a tradições que, em alguns casos, praticamente são as mesmas há décadas.

O diretor-presidente Bruce Cleaver iniciou um processo de modernização após assumir o cargo em 2016, e esses esforços serão expandidos e acelerados.

Com toda a indústria paralisada pela pandemia, a De Beers vendeu apenas US$ 56 milhões de diamantes em bruto no segundo trimestre, uma queda de cerca de 96% em relação ao ano anterior.

A RBC Capital Markets projeta que a empresa registre prejuízo de US$ 100 milhões no primeiro semestre.

Em carta à equipe na semana passada, Cleaver apresentou uma lista de maneiras pelas quais a empresa, controlada pela Anglo American, pode reduzir a diferença entre receita e custos.

As propostas incluem a venda de pedras brutas “mais rapidamente e de maneira mais integrada” e repensar a maneira como recupera diamantes, de acordo com cópia da carta vista pela Bloomberg News. É provável que a demanda por diamantes caia no curto prazo, disse.

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De Beers vendeu apenas US$ 56 milhões de diamantes em bruto no segundo trimestre, uma queda de cerca de 96% em relação ao ano anterior (Imagem: Facebook/De Beers)

A Covid-19 agravou e exacerbou as dificuldades que já existiam no mundo dos diamantes”, disse Cleaver. “Essas dificuldades, que inibiram nosso crescimento nos últimos anos, tornaram-se ainda mais urgentes.

Elas exigem que atuemos agora para proteger a saúde de curto prazo do negócio, enquanto o refocamos e reorientamos para concretizar nosso potencial a longo prazo.”

Os detalhes das mudanças ainda estão sendo elaborados, disse Cleaver. No entanto, é provável que o processo envolva cortes de empregos, de acordo com pessoas a par do assunto que não quiseram ser identificadas.

Um porta-voz da De Beers não comentou.

Uma tradição é a maneira como a empresa vende seus diamantes. A De Beers organiza visitas durante as quais seus cerca de 80 clientes credenciados voam para Botsuana por cerca de uma semana, onde avaliam e compram pedras.

A empresa define os preços e seus clientes não conseguem negociar, uma política que frustrou muitos deles nos últimos anos.

No geral, ficou claro que a empresa precisa acelerar as mudanças na maneira como opera, disse Cleaver.

“Agora trabalhamos em um processo para começar a moldar uma organização mais bem equipada e capacitada para realizar essa mudança”, disse. “Não será fácil para nenhum de nós. Muito provavelmente, sairemos disso como uma empresa mais focada e conectada.”

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