De Banco do Brasil (BBAS3) a B3 (B3SA3): O que XP espera ver nos resultados de 7 empresas do setor financeiro
A XP Investimentos lançou suas apostas para o setor financeiro na temporada de resultados do primeiro trimestre do ano. Mais uma vez, a performance dos bancos brasileiros deve ser mista, avalia a corretora.
O Banco do Brasil (BBAS3) e o Itaú (ITUB4) devem seguir resilientes, apresentando um “sólido crescimento” de carteira de crédito e um aumento marginal nas taxas de inadimplência, enquanto o Santander Brasil (SANB11) e o Bradesco (BBDC4) voltarão a decepcionar.
A XP acredita que a margem financeira (NII) de mercado do Bradesco e do Santander seguirá pressionada pelos juros ainda elevados no Brasil. Na avaliação dos analistas, a tendência deve se reverter apenas no segundo semestre de 2023.
“Embora esperemos incrementos marginais na inadimplência dos bancos, as provisões devem continuar relevantes, afetando negativamente os resultados do primeiro trimestre de 2023”, diz a corretora, destacando ainda que o impacto deve ser menor para Itaú e BB devido a “uma maior seletividade na concessão de crédito nos últimos meses”.
A XP prevê lucro líquido recorrente de R$ 8,11 bilhões para o Banco do Brasil, alta de 23% no comparativo anual, e de R$ 8,33 bilhões para o Itaú, avanço anual de 13%.
Para o Santander, a taxa de inadimplência deve vir ligeiramente mais alta, a 4,5%, mas ainda em níveis controlados. O lucro líquido recorrente esperado é de R$ 2,14 bilhões, queda de 46% ano a ano.
Já o Bradesco deve ver seu lucro encolher 46% em relação ao início de 2022, a R$ 3,69 bilhões.
Mercado de capitais
Sobre o mercado de capitais, a XP menciona a pressão sobre as atividades do setor no primeiro trimestre, levando em consideração as taxas de juros ainda elevadas. Para a B3 (B3SA3), a corretora antecipa números fracos.
“Não apenas porque vemos pressão contínua no segmento de mercados de capitais devido a menores volumes de negociação e menos operações de ECM, mas também devido a prováveis receitas mais baixas em renda fixa”, explica.
A expectativa é de queda anual de 20% no lucro líquido da companhia, a R$ 1 bilhão. O ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) esperado é de 19,8%, queda de 20 pontos-base ano a ano.
O BTG Pactual (BPAC11), por outro lado, deve apresentar resultados “ligeiramente positivos” com o suporte de crédito corporativo e Sales & Trading.
“Além disso, antecipamos que os segmentos de gestão de ativos (asset management) e gestão de patrimônio (wealth management) devem continuar se desempenhando bem neste trimestre”, acrescenta.
A XP projeta lucro líquido recorrente de R$ 2,2 bilhões para o BTG, alta anual de 8%, e ROAE de 19%.
Por fim, a BR Partners (BRBI11) deve mostrar números ligeiramente negativos, com as receitas líquidas sendo afetadas pelo cenário econômico mais desafiador.
“Embora a empresa tenha diversificado a fonte de receita nos últimos anos, o atual ambiente de taxas de juros mais altas e mais duradouras deve atrasar o crescimento da BR Partners”, afirma a XP. Por outro lado, a corretora avalia que as despesas devem permanecer sob controle.
O lucro líquido esperado para a companhia é de R$ 34 milhões.
Confira a seguir as recomendações e os preços-alvo da XP para as empresas mencionadas acima:
Empresa | Ticker | Recomendação | Preço-alvo |
---|---|---|---|
Banco do Brasil | BBAS3 | Compra | R$ 61 |
Bradesco | BBDC4 | Neutro | R$ 18 |
Santander | SANB11 | Neutro | R$ 34 |
Itaú | ITUB4 | Compra | R$ 34 |
B3 | B3SA3 | Neutro | R$ 14 |
BTG Pactual | BPAC11 | Neutro | R$ 30 |
BR Partners | BRBI11 | Compra | R$ 17 |