Datafolha: Cresce apoio à privatização de empresas públicas entre brasileiros
O apoio às privatizações de empresas públicas cresceu nos últimos seis meses entre os brasileiros, mostra pesquisa do Datafolha divulgada no sábado (8). Segundo o estudo, 38% da população aprova as privatizações, um salto de 12 pontos percentuais (pp) em relação a setembro de 2022.
Apesar do aumento, a porcentagem de brasileiros contrários à privatização segue maior (45%). Porém, o número registrou uma queda de 21 pp quando comparado à pesquisa anterior.
O levantamento foi realizado entre os dias 29 e 30 de março em 126 municípios com pessoas de 16 anos ou mais. A margem de erro do estudo é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.
Cresce apoio às privatizações entre os brasileiros
FONTE: Elaborado pelo Money Times com dados do Instituto Datafolha.
Lula tira Correios e outras empresas do programa de privatização
A divulgação da pesquisa acontece dois dias após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) remover os Correios, a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e a Dataprev do programa de privatização do governo federal.
As empresas haviam sido incluídas no programa pela gestão de Jair Bolsonaro (PL).
A exclusão das estatais do Programa Nacional de Desestatização (PND) ocorreu por meio de um decreto. Além das empresas citadas, outras companhias também foram removidas do programa.
Além disso, o decreto revogou a qualificação de companhias e ativos no âmbito do Programa de Parcerias de Investimentos da Presidência da República (PPI), segundo edição extra do Diário Oficial da União.
Completam ainda as revogações do programa de privatização:
- Nuclebras Equipamentos Pesados (Nuclep);
- Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro);
- Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias (ABGF);
- Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec).
Para PPI, o governo retirou da lista os armazéns e os imóveis de domínio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a Empresa Brasileira de Administração de Petróleo e Gás Natural (PPSA) e a Telebras.
As medidas já eram esperadas por conta das declarações do presidente desde que era pré-candidato. Lula disse que não é a favor da estatização em todos os setores da economia, mas defendeu que algumas empresas estratégicas precisavam ter participação do Estado, nem que seja no formato de economia mista.
Em janeiro deste ano, o chefe do executivo determinou a revogação de atos que davam andamento à privatização das estatais. O despacho citava a necessidade de se assegurar uma “análise rigorosa dos impactos da privatização sobre o serviço público ou sobre o mercado no qual está inserida a referida atividade econômica”.
*Com colaboração de Kaype Daniel Abreu