Dasa e Amil desistem de fusão com Oncoclínicas (ONCO3), diz jornal; ação segue em disparada e acumula 105% no ano
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A Dasa/Amil desistiram de uma potencial fusão com a Oncoclínicas (ONCO3), segundo informações do colunista Lauro Jardim, d’O Globo. A publicação aponta o peso do endividamento da Oncoclínicas, que gira em torno de R$ 6 bilhões, e o atual patamar das taxas de juros como fatores para a decisão.
Ainda conforme o colunista, a desistência deixa o caminho livre para o empresário Nelson Tanure, conhecido por desempenhar uma gestão ativa nas companhias nas quais é acionista, negociar com a companhia.
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A notícia de desistência não foi capaz de interromper a disparada que ONCO3 registra nesta semana. Nesta sexta (21), os papéis lideram os ganhos na B3, com um avanço de 22%, a R$ 4,87, às 15h12 (horário de Brasília). Acompanhe o tempo real.
No acumulado de 2025, as ações da Oncoclínicas já acumulam uma disparada de 105,49%, sendo a última semana grande responsável pelo patamar. Em 14 de fevereiro, ONCO3 estava cotada a R$ 1,95 e hoje se aproxima dos R$ 5.
Procuradas, as companhias não retornaram até o momento de publicação desta matéria.
Gestora compra ações
Na quarta-feira (19), a companhia divulgou ao mercado o recebimento de uma correspondência da gestora Latache informando que dois de seus fundos de investimento adquiriram uma participação relevante na companhia. A gestora já tinha posição na empresa.
Os fundos ARCL II Fundo de Investimento Financeiro Multimercado e Nova Almeida Fundo de Investimento Financeiro Multimercado atingiram, em 18 de fevereiro, um total de 44,6 milhões de ações ordinárias da Oncoclínicas, correspondendo a 6,8% do capital social da empresa.
Conforme o documento enviado ao mercado, o Fundo ARCL II passou a deter 40,3 milhões de ações, o equivalente a 6,2% do capital da companhia, enquanto o Fundo Nova Almeida possui 4,3 milhões de ações, representando 0,7% do capital social.
Na própria terça-feira (18), ONCO3 disparou mais de 20% na B3, mesmo após o JP Morgan ter rebaixado a classificação da empresa para “underweight” (equivalente à venda), com perspectivas negativas para os próximos anos. Já na quarta (19), a alta foi de 16%.
Finanças da Oncoclínicas
Os resultados financeiros mais recentes da companhia, referentes ao quarto trimestyre de 2024, serão divulgados apenas em 27 de março, no entanto, o balanço anterior a este foi mais fraco do que o esperado e fornecem um raio-x da atual situação. Veja:
- Lucro líquido: R$ 3,1 milhões (-97,9% a/a).
- Fluxo de caixa livre: R$ 20,3 milhões
- Receita líquida: R$ 1,63 bilhão (+16,6% a/a)
- Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado: R$ 309 milhões (+8,3% a/a).
- Custo dos serviços prestados caixa: -R$ 1,1 bilhão (piora de 19,6% a/a), equivalente a 62,1% da receita bruta;
- Despesas operacionais caixa: R$ 280,2 milhões (+23,5% a/a), correspondente a 17,1% da receita líquida;
- Dívida líquida somada às aquisições a pagar: R$ 3,3 bilhões;
- Alavancagem: 2,5 vezes a relação entre dívida líquida + aquisições a pagar sobre o Ebitda ajustado dos últimos 12 meses (-0,4x a/a, mas +0,2x t/t).