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Dara Chapman: Renda fixa, poupança e Tesouro Selic – o que eu faço?

21 jul 2020, 11:38 - atualizado em 21 jul 2020, 11:42
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“Hoje, dentro da renda fixa, existem produtos que você pode resgatar de imediato, sem sofrer uma queda no valor aplicado”, explica a colunista (Imagem: Pixabay/geralt)

Hoje quero conversar com você sobre renda fixa. Você deve estar se perguntando: “renda fixa, com a Selic a 2,25% ao ano? Ficou louca?”.

Verdade: a taxa de juro no Brasil está historicamente no nível mais baixo. Por causa da mínima, muitos falam que os investidores devem tomar risco.

Antigamente, bastava deixar seu dinheiro parado na renda fixa com liquidez diária para ganhar rios e mais rios de dinheiro.

Quem aplicou dinheiro no final dos anos 1990 em renda fixa, com a Selic chegando a alcançar 45% ao ano, com certeza aproveitou bastante.

Depois, na década conseguinte, a taxa caiu bastante, porém mantendo-se em dois dígitos até o fim de 2009.

Imagine: se você tivesse aplicado no fundo DI, o básico do básico, teria registrado ganhos de 1% a 1,5% ao mês, durante décadas!

Eram ganhos altíssimos se comparados com os rendimentos de hoje: por exemplo, em junho, a Selic foi de 0,21% ao mês.

Mas, afinal de contas, por que estou falando tudo isso para você?

Migração natural, sempre investindo

Antes de investir, você deve entender quais riscos está correndo e quais são os produtos com menos risco.

Para alguém avesso a tomar risco, faz mais sentido investir no universo dos produtos de renda fixa.

Não estou aqui para julgar: acredito ser interessante começar a investir devagar, aos poucos. Mas, sempre estar investindo.

No momento certo, e não por um impulso, você migrará gradativamente para o mercado de ações.

Hoje, dentro da renda fixa, existem produtos que você pode resgatar de imediato, sem sofrer uma queda no valor aplicado.

Como exemplo, o Tesouro Selic e os fundos DI são mais aconselhados para montar a reserva de emergência, dinheiro que não pode ter queda no valor aplicado.

Ao investir nestas modalidades, você não vai perder e terá o dinheiro disponível quando quiser resgatar.

Já os recursos que não fazem parte da sua reserva de emergência devem compor o seu portfólio de investimentos.

Primeiro: é sempre prudente que, seja você conservador, moderado ou agressivo, ter os mais diversos tipos de ativos em seu portfólio.

Particularmente, uma fatia deve estar em produtos de renda fixa. Sabe por qual motivo?

De olho nas oscilações

“Tendo uma porcentagem em renda fixa, o valor do seu portfólio oscila menos e, desta forma, seus investimentos não sofrem tanto em momentos de estresse no mercado de ações”, destaca Dara Chapman (Imagem: Freepik)

Tendo uma porcentagem em renda fixa, o valor do seu portfólio oscila menos e, desta forma, seus investimentos não sofrem tanto em momentos de estresse no mercado de ações.

A maioria das pessoas procuram estabilidade em seus investimentos. Dentro da categoria da renda fixa, existe uma variedade muito grande de produtos, com prazos e riscos distintos.

Existem os títulos públicos, como as NTNs, as LTNs e a LFT, todos com prazos longos. Você pode investir e esperar o vencimento ou especular como um trader.

Por exemplo: se você comprar um título e o mantiver até a data de vencimento, você sabe exatamente quanto vai receber.

Agora, se por algum motivo, você precisa vender esse título, ou quer especular com ele, corre o risco de mercado: se a taxa de juro sobe, o preço do título vai cair, e vice-versa.

No universo da renda fixa também existem os títulos privados, como CRIs e debêntures, que possuem rentabilidade mais elevada por outro fator de risco: o de crédito.

Também esses títulos possuem risco de liquidez, caso você queira vendê-los antes do prazo de vencimento. Às vezes, faltam compradores.

Você pode observar que, entre o longo e o curto prazos, existe um universo de produtos com riscos distintos.

O exemplo mais básico, menos complicado de um título privado, é o CDB. Diferentemente de uma debênture, um CRI, o CDB é assegurado pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito).

Até a quantia de R$ 250 mil você recebe o seu dinheiro de volta caso a instituição financeira entre em falência.

Estou compartilhando tudo isso com você porque a oferta de produtos de renda fixa é muito grande, e não se limita somente a poupança, ou a fundo DI.

Quero que você entenda isso. Para não se perder com tanta informação, vou te dar uma dica muito preciosa.

O dinheiro que você precisa agora, no curto prazo, deve ser investido em produtos com menos volatilidade, como CDBs e Tesouro Selic.

Como sabemos, é um retorno menor, porém ele é fixo. Preste muita atenção, pois alguns tipos de renda fixa, títulos de longo prazo, possuem maior risco dada a duration, que é uma medida da sensibilidade do preço de um título de renda fixa a mudanças nas taxas de juros.

Acho importante você se informar sobre os produtos de renda fixa antes de investir. Pergunte ao seu gerente ou assessor de investimentos sobre o retorno, se pode resgatar antes da data de vencimento, se existe risco de crédito, se há risco de liquidez, se o investimento é coberto pelo FGC.

Meu propósito é ajudar você a adquirir riqueza ao longo da sua jornada, e não tomar riscos desnecessários, esperando ficar rico de um dia para o outro.

Vamos aos poucos mergulhando no universo dos investimentos, e você decidindo qual é o melhor tipo para o momento apropriado da sua vida.

Beijos e boa semana!

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