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Dara Chapman: Amem suas finanças e sejam felizes para sempre

28 jul 2020, 15:59 - atualizado em 28 jul 2020, 15:59
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“Quando aparecer algo que atrapalhe seu caminho, como perder o emprego ou ter a renda reduzida, dê uma pausa e ajuste seus gastos para sempre viver em harmonia”, recomenda a colunista (Imagem: Pixabay/stevepb)

Tudo bem com você? Tudo sob controle? No último final de semana completei cinco anos de casamento e onze anos de união estável com meu marido.

Para quem não sabe, casei pela primeira e única vez aos 49 anos. Meu marido também: único e primeiro casamento aos 49 anos.

Desde cedo quis casar, mas nunca determinei uma data. Fui levando minha vida e investindo em minha carreira. Sempre quis conquistar minha independência sozinha e não depender de ninguém.

Não estou dizendo que seja certo ou errado. Apenas foi a minha história. Minha mãe separou do meu pai quando tinha 2 anos e ela criou eu e minha irmã sozinha.

Nem preciso dizer o quanto foi difícil. Não passei fome, mas enfrentei muitas dificuldades pelo caminho, afinal de contas, o orçamento familiar era apenas baseado no salário de minha mãe.

Faltavam muitas coisas: férias, presentes de Natal, de aniversário, roupas novas… enquanto as minhas amigas, que tinham pai e mãe, tiveram criação completamente diferente em todos os sentidos.

Meu pai casou novamente e teve outros filhos. Esses não passaram pelas mesmas dificuldades que eu e minha irmã passamos. E isso me marcou muito profundamente.

Ainda jovem, pude entender o custo de uma separação. Tudo isso me fez refletir.

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Individualidade e relacionamento

Desde cedo, aprendi como é importante uma união estável, de tal modo que nunca me juntei a alguém que pressentisse que algum dia pudesse dar errado.

É muito custosa uma separação, tanto no laço familiar quanto na parte patrimonial. Tudo que vocês edificaram juntos, além de criar os filhos, os cachorrinhos, os gatinhos.

Juntos vocês construíram uma estabilidade. Uma riqueza financeira. E o custo de desfazer tudo isso é muito doloroso.

Casamento com longevidade exige, além de amor um pelo outro, compaixão. Uma união para ser saudável requer conversas – e muitas.

Pense bem: antes de estarmos juntos, nós somos indivíduos. No meu caso, fui somente “uma” por décadas.

Possuía minha forma particular de pensar, gastar e investir. Meu marido tinha outra maneira, diferente.

Nós tivemos que conversar muito sobre dinheiro porque nossa criação foi diferente. Os pais dele estão juntos até hoje completando 60 anos de casados.

Meu marido aprendeu, levou um tempo, não foi automático, mas ele entendeu a importância do planejamento financeiro.

A importância de ter uma vida organizada financeiramente. Em contraparte, aprendi que ele anda em seu próprio ritmo.

Tive que adaptar meu ritmo para levá-lo junto comigo. Igual uma corrida de revezamento de 100 metros no atletismo: a equipe só termina a prova quando a última pessoa ultrapassa a linha de chegada.

Seis pontos

No momento de quarentena, período no qual permanecemos em casa e enfrentamos diversas incertezas, minhas recomendações para fortalecer os laços familiares estão em seis pontos e podem ser resumidas em: planejem-se juntos.

Primeiramente, ter um plano de vida em comum, com metas de curto, médio e longo prazos, pré-estabelecendo a contribuição de cada um.

Segundo ponto: estabeleçam um orçamento familiar e, dadas as incertezas, não extrapolem os valores.

Em terceiro, separem dentro do orçamento um valor para vocês conseguirem alcançar as suas metas.

Seja fazer reformas na casa, pagar a faculdade dos filhos, investirem na aposentadoria: precisa ser uma contribuição mensal.

Quarta recomendação: valorizem um ao outro, agradecendo todos os dias as coisas que vocês conquistaram juntos.

Quinta: aproveitem a jornada. Saboreiam o presente. A vida é uma maratona, não uma corrida de tiro curto.

Sexta dica: quando aparecer algo que atrapalhe seu caminho, como perder o emprego ou ter a renda reduzida, dê uma pausa e ajuste seus gastos para sempre viver em harmonia, um com o outro, de acordo com sua situação financeira.

“Minhas recomendações para fortalecer os laços familiares estão em seis pontos e podem ser resumidas em: planejem-se juntos”, diz Dara Chapman (Imagem: Unsplash/@jessbaileydesigns)

Para finalizar, peço agora para você realizar um teste para medir o quão alinhados vocês estão como casal. Ao refletir como você e seu cônjuge se comunicam sobre finanças, responda as questões:

1) Com qual frequência você conversa sobre finanças com seu parceiro(a)?

  1. Nunca
  2. Algumas vezes no ano
  3. Algumas vezes no mês
  4. Algumas vezes na semana
  5. Quase todos os dias

2) Quando você fala sobre assuntos de finanças com seu parceiro(a), como descreveria o tom da conversa?

  1. Muito negativo
  2. Mais negativo do que positivo
  3. Algum ponto entre negativo e positivo
  4. Mais positivo do que negativo
  5. Muito positivo

3) Em sua opinião, quão importantes são esses bate-papos sobre finanças para vocês viverem em harmonia?

  1. Não muito importante
  2. Um pouco importante
  3. Algum ponto entre muito e pouco importante
  4. Importante
  5. Muito importante

4) Qual nível de importância você acha que seu parceiro(a) considera pertinente ter conversas de finanças para um convívio frutífero do casal?

  1. Não muito importante
  2. Um pouco importante
  3. Algum ponto entre muito e pouco importante
  4. Importante
  5. Muito importante

5) Tipicamente, qual é o nível de consenso do casal quando vocês conversam sobre finanças?

  1. Nunca concordamos
  2. Concordamos raramente
  3. Concordamos metade das vezes
  4. Concordamos a maior parte das vezes
  5. Sempre concordamos

6) No geral, você está satisfeito(a) com seu parceiro(a) nas conversas sobre finanças?

  1. Não estou completamente satisfeito(a)
  2. Insatisfeito(a) a maior parte do tempo
  3. Algum ponto entre satisfeito(a) e insatisfeito(a)
  4. Satisfeito(a) a maior parte do tempo
  5. Completamente satisfeito(a)

Agora, você vai indicar (de 1 a 5) o quanto concorda com as seguintes afirmações, com base na seguinte escala (1 – concordo muito; 2 – concordo em partes; 3 – nem concordo, nem discordo; 4 – discordo em partes; 5 – não concordo).

  1. Às vezes quero que meu parceiro(a) seja mais cuidadoso ao gastar o dinheiro dele(a);
  2. Sempre concordamos sobre qual é a melhor maneira de gastarmos nosso dinheiro;
  3. Temos alguma dificuldade em decidir como nós lidamos com nossas finanças;
  4. Estou satisfeito(a) com nossas decisões sobre quanto devemos economizar e investir;
  5. Nós temos consciência sobre nossas maiores dívidas, e elas não são um problema para nós;
  6. Anotamos por escrito os gastos e montamos um orçamento para gerir nosso dinheiro;
  7. O uso de cartões de crédito tem sido um problema para nós; Olhe suas respostas e me diga: estão em harmonia ou vale a pena conversar sobre o resultado de tudo isso?

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Beijos e boa semana!