Daqui a alguns anos, o Brasil vai se tornar um grande campo de obras, diz ministro da Infraestrutura
Segundo o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, os leilões feitos no Brasil, como o de rodovias, será responsável por tornar o país “um grande campo de obras”.
“O que dá para pensar é o seguinte, e aí vai o recado para os pessimistas: quando falavam, lá atrás, que estávamos presos na armadilha de pouco avanço na infraestrutura, era uma armadilha de falta de reformas, como a da previdência, e quanta coisa avançamos nesse tempo. A quantidade de créditos subsidiados caiu. Avançamos no marco do saneamento, estamos contratando um volume sem precedentes de infraestrutura. Daqui alguns anos, o Brasil vai se tornar um grande campo de obras. Daqui um tempo, vamos ver o martelo da Bolsa virar investimento. Daqui um tempos vamos ver um forte crescimento econômico e novos empregos”, disse ele.
O ministro também afirmou que, durante a pandemia da Covid-19, o governo “superou desafios enormes”.
“Imagina o que é fazer um leilão de ativos portuários na maior crise da história. Além de um exercício de fé, é um exercício de modelagem, de matemática, para atrair a atenção dos investidores estrangeiros. Muita gente não se dá conta do que está acontecendo no Brasil, nem os mais atentos, porque muita coisa passa despercebida. Ninguém sabe me dizer quantos leilões foram feitos no país até agora”, disse.
A fala de Freitas foi dita no CEO Conference, evento promovido pelo BTG Pactual (BPAC11). O ministro participou de um painel ao lado de João Alberto F. de Abreu, CEO da Rumo S.A, Marco Cauduro, CEO da CCR e Antônio C. D. Sepúlveda, presidente da Santos Brasil, para discutir a infraestrutura brasileira.
Em relação ao marco ferroviário, Freitas afirma que “a ideia é projetar o futuro enquanto se olha para o passado”.
“Quando a gente olha os exemplos internacionais, vemos que diversos países adotaram esse modelo. Aqui nós pensamos: ‘por que as empresas não podiam ter o transporte ferroviário?’. Eram muitos porquê. E chegamos a conclusão que essas coisas não aconteciam porque ferrovia era uma exclusividade do estado, então vamos abrir o mercado, transferir o risco para o mercado, daí veio a iniciativa de mudar a lei”, explicou.
“Abrimos o mercado e a gente esperava receber uns oito pedidos. Bom, a nossa surpresa foi que recebemos 80 pedidos. Isso representa a conclusão de 20.027 milhões de quilômetros de ferrovias pelo setor privado. Faz muito sentido transferir esse risco para a iniciativa privada, como acontece nas ferrovias. Isso significa que as ferrovias vão dobrar em quinze anos, o que vai dar uma ferrovia mais barata. Deve haver uma redução de frete. Aquela história do país eficiente da porteira para dentro e não da porteira para fora está com os dias contados”, continuou.