Investimentos

Daniel Kahneman: Os 3 erros que os investidores mais cometem, segundo o Nobel de Economia morto hoje (27)

27 mar 2024, 17:25 - atualizado em 28 mar 2024, 10:16
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Ansiedade custa caro: em 2012, Daniel Kahneman alertou clientes da Empiricus dos custos de querer enriquecer rapidamente (Imagem: Reprodução/ Empiricus)

Conhecido por revolucionar o estudo sobre como as pessoas investem, ao abordar o tema pelo ângulo da psicologia cognitiva, Daniel Kahneman deixou um verdadeiro receituário de atitudes a serem evitadas por quem deseja investir com sucesso. Kahneman, que recebeu o Nobel de Economia em 2002 pelas contribuições sobre o tema, morreu nesta quarta-feira (27).

Professor emérito de psicologia da Universidade de Princeton, Kahneman visitou o Brasil em 2016, quando proferiu uma palestra para os clientes da Empiricus Research (dona do Money Times). Entre os temas que abordou na ocasião, estão os três erros que os investidores cometem com mais frequência.

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O primeiro e mais óbvio, segundo Kahneman, é comprar e vender ativos na hora errada. Para o Nobel de Economia, esse comportamento está atrelado a outro erro comum dos investidores pessoa física: o de encarar cada transação como um evento isolado, em vez de parte de uma estratégia de investimento de longo prazo.

Daniel Kahneman: Esqueça o que você prefere na hora de investir

“O jeito racional de investir é ter políticas de investimento e de gestão de risco, em vez de preferências”, afirmou na ocasião. O psicólogo lembrou que, nos Estados Unidos, os investidores profissionais têm um ditado: “ganhar e perder pouco”.

Segundo ele, as pessoas que seguem esse princípio tendem a ter uma perspectiva mais resiliente da evolução de sua carteira de investimentos. “Se ganhar, não será nenhuma maravilha; mas, se perder, também não será um desastre”, explicou. O importante, para ele, é que, no fim da vida, a pessoa que adota esse comportamento tende a ser mais rica do que a que encara perdas e ganhos como eventos isolados e, portanto, toma decisões erráticas.

Por fim, Kahneman lembrou o básico aos presentes ao evento da Empiricus: investimentos são de longo prazo. Por isso, outro erro comum de pessoas físicas é olhar com muita frequência como anda o rendimento de sua carteira. Investidores mais maduros e profissionais, de acordo com ele, tendem a conferir menos vezes o saldo das aplicações financeiras, justamente, porque constroem teses de longo prazo.

“As pessoas que olham com muita frequência para o rendimento da carteira tendem a entrar em pânico e a tomar decisões erradas”, sublinhou. Nos Estados Unidos, segundo Kahneman, essa ansiedade reduz o rendimento potencial de uma carteira entre 2% e 2,5% ao ano.

Não parece muita coisa no curto prazo, mas basta fazer as contas para um intervalo maior, e é possível aferir quanto a paciência recompensa os investidores menos ansiosos. E, se alguém tem dúvidas sobre a eficácia dessa estratégia,  basta lembrar outro guru das finanças: o megainvestidor Warren Buffett, CEO da Berkshire Hathaway, conhecido por manter ações em carteira por praticamente uma vida inteira.

Veja o vídeo em que Daniel Kahneman explica os 3 erros mais comuns dos investidores:

Daniel Kahneman: Ideias mudaram forma como Economia é vista

Os insights gerados por suas pesquisas influenciaram diversos aspectos da análise econômica, abrangendo desde a macroeconomia até o controle de riscos em aplicações financeiras. Kahneman iniciou seus estudos de psicologia cognitiva nos anos 1960, sempre em parceria com Tversky.

Além de artigos acadêmicos, Kahneman é autor de alguns best-sellers. Entre eles, Rápido e Devagar: Duas formas de pensar; e Ruído: Uma falha no julgamento humano.

 

 

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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