Economia

Dados do varejo decepcionam e mercado já precifica PIB brasileiro mais fraco

13 jul 2022, 13:58 - atualizado em 13 jul 2022, 13:58
Varejo Economia
No mês de maio, o volume de vendas registrou ligeira alta, de 0,1%, e acumula queda anual de 0,2%. (Imagem: Fernando Frazão/Agência Brasil)

Os dados de varejo, divulgados nesta quarta-feira (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), decepcionaram o mercado. No mês de maio, o volume de vendas registrou ligeira alta, de 0,1%, e acumula queda anual de 0,2%.

Segundo Eduardo Vilarim, economista do Banco Original, o resultado foi influenciado, sobretudo, pelo desempenho bastante negativo dos móveis e eletrodomésticos e artigos de uso pessoal e doméstico.

“Pela perspectiva da receita, o impacto das pressões inflacionárias se torna ainda mais evidente: se por um lado, o volume de vendas contraiu 0,7% na comparação interanual, a receita nominal avançou 15,9%, demonstrando uma queda em relação à divulgação anterior (18,8% em abril), mas ainda acima do IPCA”, afirma.

Ao contrário do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é uma cesta de produtos diversos, a Pesquisa Mensal de Comércio (PCM) mede a venda de categorias mais concentradas em bens de consumo, não considerando grande parte dos bens industriais e preços de serviços.

“A pandemia criou uma espécie de demanda extraordinária para bens de consumo, estimulando a troca de produtos como eletrodomésticos e móveis. A inflação desses componentes passou a ser maior que o índice de serviços, que são mais inerciais e que sofreram com a queda da mobilidade urbana”, destaca Eduardo.

Mas, a partir do 2º semestre, a expectativa é de uma queda no preço dos bens de consumo, já que muitos deles (eletrodomésticos, artigos de uso pessoal) são bastante correlacionados com crédito, que sofre encarecimento com aumento da Selic. Enquanto os preços de serviços devem continuar subindo, caracterizando uma inflação que deve desacelerar mais lentamente.

Rafaela Vitória, economista do Banco Inter, afirma que o que está acontecendo é uma inversão do que foi visto entre 2020 e 2021.

O Banco Original manteve a sua projeção de alta de 0,9% no Produto Interno Bruto (PIB) para o segundo trimestre. No entanto, o 6C Bank entende que os dados fracos do varejo vão impactar a economia. Por isso, sua projeção caiu ligeiramente, de 1,5% para 1,4%.

Vale lembrar que no Relatório Focus desta semana o mercado financeiro aumentou a previsão de expansão do PIB do país de 1,51% para 1,59% em 2022.

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