Perspectivas 2024

Dá para sonhar com o dólar a R$ 4,30? Veja o que dizem 3 especialistas

17 jan 2024, 16:07 - atualizado em 17 jan 2024, 16:07
dólar real
Dólar deve ficar abaixo dos R$ 5 em 2023, avaliam analistas (Imagem: Pixabay)

Apesar das altas recentes do dólar, que voltou a casa dos R$ 4,90, as projeções para 2024 são otimistas e os brasileiros podem sonhar com uma moeda mais barata.

Segundo especialistas, em um ambiente movido pela retomada da liquidez, o dólar deve perder algum espaço. Os mais otimistas veem a moeda no patamar de R$ 4,30.



O valor do dólar em relação ao real está ligado a uma série de fatores, incluindo políticas monetárias, fluxos de comércio internacional, cenário político e econômico global, entre outros.

Por isso, a queda abaixo dos R$ 5 pode ser interpretada como um reflexo de um conjunto de variáveis que impactam diretamente o mercado de câmbio.

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Dólar a R$ 4,30?

João Piccioni, CIO da Empiricus Gestão, diz que caso o bull steepening — movimento de redução das taxas de juros — se confirmar, o dólar deve perder força frente às demais moedas globais.

“O pulso de liquidez levará os recursos para outras regiões do globo e para outras reservas de valor. O DXY voltará a romper a marca dos 100 pontos e caminhará para os níveis pré-pandemia (97 pontos)”, avalia.

Piccioni diz que países emergentes continuarão a ser destaque — “aqui, vale a menção especial para o Brasil”, ressalta.

Dessa vez, o processo de afrouxamento monetário nos países emergentes não deve impactar o câmbio, já que a leitura é de que o Federal Reserve (Fed) deve seguir pelo mesmo caminho. “As economias emergentes estão combalidas e precisam de impulso monetário para voltarem a crescer com qualidade”, diz.

O especialista espera que os primeiros meses de 2024 sejam “extremamente desfavoráveis para o dólar frente ao real”. “Rapidamente ele deve atingir a marca dos R$ 4,50”, projeta.

No entanto, para que a moeda não se fortaleça na reta final do ano, a economia brasileira precisará dar sinais mais contundentes de recuperação e ir além do agronegócio. “Caso essa recuperação não apareça, a moeda americana terminará o ano como começou, na casa dos R$ 4,80”, diz Piccioni.

Já o economista André Perfeito está mais otimista e projeta um dólar a R$ 4,30 ao final de 2024. Segundo ele, além dos cortes de juros nos Estados Unidos, três fatores podem fazer o real se fortalecer:

  1. um superávit na balança comercial do país;
  2. indicativos de que a economia brasileira vive um momento promissor; e
  3. crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e da arrecadação do governo federal.

O sócio da Rubik Capital, Cássio Zeni, ainda explica que as taxas de juros mais baixas no Brasil podem tornar os investimentos em real mais atraentes, diminuindo a demanda por dólares. Além disso, a retomada da confiança dos estrangeiros na economia brasileira pode contribuir para a valorização do real.

“A desvalorização do dólar tem implicações diretas nas transações comerciais do Brasil. As importações tornam-se mais acessíveis, o que possivelmente beneficiará empresas que dependem de insumos estrangeiros, reduzindo custos de produção e, por conseguinte, os preços ao consumidor”, diz.