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Cyrela, Eztec ou Moura Dubeux: quem se deu melhor no segundo trimestre?

14 ago 2020, 18:30 - atualizado em 14 ago 2020, 18:30
Cyrela
Apesar das expectativas para o trimestre não serem das mais altas, com a redução de lançamentos durante a pandemia, uma das três ficou em destaque pelo seu desempenho, de acordo com o BTG Pactual (Imagem: Facebook/Cyrela)

A quinta-feira (14) foi repleta de balanços financeiros do setor de construção civíl, como o da Cyrela (CYRE3), Eztec (EZTC3) e Moura Dubeux (MDNE3).

Apesar das expectativas para o trimestre não serem das mais altas, com a redução de lançamentos durante a pandemia, uma das três ficou em destaque pelo seu desempenho, de acordo com o BTG Pactual.

Cyrela

O lucro da Cyrela (CYRE3) caiu 40,4% no segundo trimestre de 2020, fechando o período em R$ 68 milhões antes os R$ 114 milhões do ano passado, mostra relatório enviado ao mercado nesta quinta-feira (13).

A baixa foi puxada pela queda nos lançamentos e nas vendas. Entre os meses de abril e junho, a companhia lançou cinco empreendimentos, totalizando o Valor Geral de Vendas (VGV) em R$ 395 milhões, redução de 81%.

No semestre, o VGV de lançamentos atingiu R$ 2 bilhões, sendo 23% menor que no mesmo período de 2019.

Eztec

O lucro líquido da Eztec atingiu R$ 68 milhões no trimestre, enquanto o Ebitda totalizou R$ 54,5 milhões.

A construtora não realizou lançamentos no trimestre. As vendas líquidas somaram R$ 124 milhões, levando a uma VSO (venda sobre oferta) líquida de 6,4%, queda de 11,9 pontos percentuais.

Moura Dubeux

Moura Dubeux (MDNE3) obteve prejuízo de R$ 95,2 milhões no segundo trimestre do ano, de acordo com o resultado financeiro divulgado pela empresa. No mesmo período de 2019, o valor estava negativo em R$ 56,3 milhões.

A receita líquida da companhia obteve queda de 41%, atingindo R$ 58,1 milhões nos três meses.

O Ebtida, valor de geração de caixa, ajustado também caiu 23% e acumulou R$ 6,1 milhões ante os R$ 7,9 milhões do ano passado.

Na opinião dos analistas, os resultados da Cyrela foram fortes, acima do esperado pelo banco, impulsionado pela evolução da construção de unidades vendidas e um melhor mix de vendas, incluindo a comercialização do estoque.

“Os fortes resultados operacionais e financeiros do Cyrela demonstram que a empresa está muito bem posicionada para o ciclo imobiliário no Brasil, apesar da pandemia”, afirmou o BTG.

Em relação a Eztec, o banco avaliou que os resultados fracos já eram esperados, em um trimestre sem lançamentos e estande de vendas fechados.

“Para os próximos trimestres, esperamos retomada dos lançamentos e melhor desempenho das vendas. Vemos a Eztec sendo negociado a 2,1x (queda de 10% nos últimos 30 dias), contra 1,9x da Cyrela e 1,6x da Even.

Já no caso da Moura Dubeux, a empresa relatou resultados difíceis no trimestre, na visão do BTG. Enquanto o bom desempenho operacional e melhoria das margens brutas apontam para aumento de lucratividade no futuro, Moura Dubeux reportou um ajuste significativo em seu valor contábil (R $ 93 milhões, 8,5% do 1º trimestre) relacionado a cancelamentos de vendas de unidades vendidas antes do IPO (mais detalhes no relatório).

“Embora isso deva ajudar a empresa a acelerar a eliminação progressiva de seus projetos “legados”, melhorando os resultados de médio e longo prazo, um golpe tão inesperado e grande no valor contábil é, definitivamente, não bem-vindo, ainda mais, depois de alguns trimestres do IPO”, informou o BTG.

Sendo assim, o banco reiterou a visão positiva para as ações da Cyrela e Moura Dubeux e neutra para os papéis da Eztec.

“Embora reconheçamos que a avaliação é mais atraente agora, continuamos com nossa classificação Neutro por enquanto, pois esperamos que o momentum operacional de curto prazo da Eztec fique para trás em relação a seus pares de renda média-alta”, confirmou o banco.