BusinessTimes

CVC (CVCB3) volta a derreter nesta quarta; vale arriscar e investir na ação?

15 mar 2023, 18:53 - atualizado em 15 mar 2023, 18:53
CVC
CVC: Situação da dívida, apesar do alívio no curto prazo, deve continuar pesando para os resultados da companhia (Imagem: Flávya Pereira/Money Times)

As ações da CVC Brasil (CVCB3) voltou a cair forte nesta quarta-feira (15), seguindo o movimento negativo do pregão anterior. Liderando as quedas do Ibovespa, a agência de viagens recuou 6,12%, a R$ 3,07.

A CVC divulgou ontem à noite seus resultados do quarto trimestre de 2022, tendo reportado um prejuízo de R$ 96 milhões no período, ante perdas de R$ 145 milhões dos últimos três meses de 2021. No ano, o prejuízo somou R$ 486 milhões.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado de R$ 4 milhões no trimestre foi o destaque negativo do balanço, avaliam analistas. Para o Santander, os números vieram 87% abaixo do esperado. A linha se afasta ainda mais do consenso, tendo vindo 91% inferior às projeções.

“Mais do que isso, notamos que, embora a demanda tenha seguido em recuperação durante o trimestre, a maior fatia de B2B no mix de reservas, bem como a maior participação de cruzeiros nas reservas de B2C, pressionou o take rate da CVC, que caiu 40 pontos-base ano a ano”, destaca o time de análise do banco, em relatório divulgado nesta terça.

Por conta de um take rate menor, as receitas vieram 26% abaixo das estimativas do consenso.

Outro ponto levantado pelo Santander é que a CVC gerou caixa no quarto trimestre por conta de R$ 432 milhões em desconto de recebíveis, o que ajudou a mitigar os números operacionais fracos do período.

Ainda assim, a situação da dívida, apesar do alívio no curto prazo, deve continuar pesando sobre os resultados da companhia, especialmente no cenário atual de taxa de juros elevada.

Uma aposta arriscada

Os números da CVC também não bateram as estimativas do BTG Pactual. Apesar de sinais encorajadores na primeira linha do balanço, e do fato de a CVC se lançar como um dos principais beneficiários da reabertura econômica, o banco entende que a companhia é uma aposta arriscada – pelo menos no curto prazo.

“Nossa classificação ‘neutro’ é baseada em grandes desafios para a companhia à frente, como o alinhamento entre sua base de franqueados e crescimento/competição com outras agências de viagens online, enquanto a estrutura de capital ainda é uma preocupação, tornando-a uma opção mais arriscada que outros players da reabertura”, explica o banco, em relatório.

O Santander também tem recomendação “neutro” para as ações, com preço-alvo de R$ 4,50.

As ações da CVC despencaram no pregão passado após o JPMorgan cortar a recomendação para “underweight” diante de tendências mais negativas para o crescimento das receitas, reflexo da dinâmica de consumo mais desafiadora. O banco também retirou o preço-alvo para a ação.

Mesmo com o alívio de caixa no curto prazo após o acordo com debenturistas sobre o reperfilamento dos títulos de dívida, analistas avaliam que a companhia ainda precisa de aproximadamente R$ 1 bilhão de caixa adicional para manter o crescimento, enquanto a empresa já se comprometeu com outro aumento de capital de, no mínimo, R$ 125 milhões até novembro de 2023.

Compartilhar

TwitterWhatsAppLinkedinFacebookTelegram
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar