CVC (CVCB3) dispara com crise da 123Milhas, mas voo é turbulento; é hora de comprar ações?
As ações da CVC Brasil (CVCB3) dão continuidade ao movimento de alta do pregão de ontem (29), quando saltaram 6,36% após o pedido de recuperação judicial da 123Milhas. Nesta quarta-feira (30), às 12h10, os ativos subiam 15,38%, a R$ 2,55, segundo o site da B3.
Segundo o especialista da Valor Investimentos, Virgílio Lage, trata-se de um movimento especulativo, uma vez que os investidores sentem que a crise da 123Milhas vai favorecer a CVC no longo prazo.
O analista chefe da Simpla Club, Gabriel Bassotto, afirma que, com o setor de milhas estagnado, o mercado tradicional deve se beneficiar. “A CVC, que até então não tinha pacotes tão agressivos em termos de preços, igual Hurb e 123Milhas, agora, pelo menos, é a que consegue garantir que as passagens sejam emitidas de uma forma convencional”, diz.
Segundo o analista, a companhia deve capturar a incerteza do mercado com as empresas menores do setor.
No entanto, apesar de surfar uma onda positiva, o mar ainda é turbulento para a companhia e a tese de investimentos da CVC ainda não é atraente, afirma Bassotto .
O analista aponta a operação ainda não sustentável e rentável, e a geração de caixa prejudicial como os principais riscos da tese de CVCB3. A casa não tem recomendação positiva para as ações da companhia.
Crise da 123Milhas
Após promover na terça (28) uma demissão em massa em sua sede, em Belo Horizonte (MG), a empresa de turismo entrou com o pedido na 1ª Vara Empresarial da capital mineira, na tarde desta terça-feira (29), segundo o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo.
Além da recuperação judicial, a 123 Milhas pede a suspensão imediata das ações judiciais movidas contra ela, inicialmente por 180 dias (seis meses).
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Até a semana passada, de acordo com o site Jusbrasil, a 123Milhas acumulava pelo menos 4,5 mil processos, sendo 700 apenas em São Paulo. De acordo com O Globo, em Minas Gerais, a agência de viagens tem mais de 600 causas contra ela.
No pedido de recuperação judicial, que envolve a 123Milhas e outras duas empresas, os advogados alegam que as empresas estão enfrentando “a pior crise financeira desde suas respectivas fundações”. Além disso, eles dizem que fatores internos e externos “impuseram um aumento considerável de seus passivos nos últimos anos”.