Fôlego extra: CVC (CVCB3) consegue acordo para alongar dívidas; ‘importante passo financeiro’
A CVC (CVCB3), empresa que enfrenta dificuldades financeiras há alguns trimestres, conseguiu chegar a um acordo com debenturistas sobre os principais termos e condições de um reperfilamento de debêntures, mostra documento enviado ao mercado nesta quarta-feira (11).
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O acordo foi feito com representantes de mais de 75% das debêntures em circulação da quarta emissão de cada série e 100% das debêntures em circulação da quinta emissão, de acordo com a empresa.
Segundo o fato relevante, a operadora conseguiu alongar os prazos do vencimento em quatro anos. Com isso, os títulos vencerão em outubro de 2028, com amortização em cinco parcelas semestrais iguais e consecutivas.
Houve ainda uma amortização extraordinária obrigatória no montante de, aproximadamente, R$ 160 milhões a ser dividido de forma pro rata entre a 4ª e 5ª emissão. Isso trará imediata redução da dívida bruta da companhia, que fechou o segundo trimestre em R$ 799 milhões.
A remuneração pago pelos títulos também cairão, passando do CDI + 5,50% para CDI + 4,85%. Ademais, se a empresa atingir o rating mínimo de BBB- nas agências de classificação de risco, os juros terão redução automática para CDI + 4,50%. Ou seja, a companhia ganharia fôlego de 100 bps (pontos-base) no custo anual de juros.
Os juros remuneratórios deverão ser pagos de forma semestral, iniciando-se o pagamento em abril de 2025.
A empresa cita também a liberação da garantia de recebíveis de cartões de crédito de R$ 93,3 milhões, sendo substituída para boletos da mesa de crédito CVC.
Há ainda a possibilidade da empresa resgatar as debêntures a partir de março de 2025. Se assim o fizer, terá prêmio de 0,50% sobre o valor a ser amortizado.
Otimização de capital
Segundo a CVC, o reperfilamento tem o potencial de otimizar a estrutura de capital e a gestão do caixa, representando um importante passo no fortalecimento operacional e financeiro da CVC Corp.
“Isso expandirá a sua capacidade de crescimento sustentável e de investimentos, além de permitir a companhia acessar diversas outras formas de otimização de estrutura de capital a partir desse reperfilamento”, destaca.
A implementação do reperfilamento depende da concordância dos debenturistas em relação aos documentos definitivos e à aprovação em suas respectivas assembleias gerais, bem como aprovações societárias da companhia.
CVC: Não é a primeira vez que há reperfilamento
Em 2023, a empresa também teve que recorrer ao mecanismo. A ferramenta permite ajustar os termos da dívida para facilitar o pagamento e evitar problemas financeiros maiores.
Ao todo, a companhia possui dívida de R$ 705 milhões em debêntures, sendo que R$ 74,9 milhões são de curto prazo e R$ 630,4 de longo prazo.
No segundo trimestre, a dívida líquida, considerando saldos de recebíveis, era de R$ 836,3 milhões, redução de R$ 344,8 milhões na comparação com o ano passado.
O grupo de turismo teve prejuízo líquido de R$ 22,2 milhões no período, melhora de 86,7% sobre o resultado negativo apresentado no mesmo período do ano passado.
No ano, a ação derrete mais de 40% e está próxima do R$ 1, em meio ao momento ainda díficil da companhia.