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Fôlego extra: CVC (CVCB3) consegue acordo para alongar dívidas; ‘importante passo financeiro’

11 set 2024, 19:13 - atualizado em 11 set 2024, 20:43
CVC
(Imagem: iStock/Leila Melhado)

A CVC (CVCB3), empresa que enfrenta dificuldades financeiras há alguns trimestres, conseguiu chegar a um acordo com debenturistas sobre os principais termos e condições de um reperfilamento de debêntures, mostra documento enviado ao mercado nesta quarta-feira (11).

O acordo foi feito com representantes de mais de 75% das debêntures em circulação da quarta emissão de cada série e 100% das debêntures em circulação da quinta emissão, de acordo com a empresa.

Segundo o fato relevante, a operadora conseguiu alongar os prazos do vencimento em quatro anos. Com isso, os títulos vencerão em outubro de 2028, com amortização em cinco parcelas semestrais iguais e consecutivas.

Houve ainda uma amortização extraordinária obrigatória no montante de, aproximadamente, R$ 160 milhões a ser dividido de forma pro rata entre a 4ª e 5ª emissão. Isso trará imediata redução da dívida bruta da companhia, que fechou o segundo trimestre em R$ 799 milhões.

A remuneração pago pelos títulos também cairão, passando do CDI + 5,50% para CDI + 4,85%. Ademais, se a empresa atingir o rating mínimo de BBB- nas agências de classificação de risco, os juros terão redução automática para CDI + 4,50%. Ou seja, a companhia ganharia fôlego de 100 bps (pontos-base) no custo anual de juros.

Os juros remuneratórios deverão ser pagos de forma semestral, iniciando-se o pagamento em abril de 2025.

A empresa cita também a liberação da garantia de recebíveis de cartões de crédito de R$ 93,3 milhões, sendo substituída para boletos da mesa de crédito CVC.

Há ainda a possibilidade da empresa resgatar as debêntures a partir de março de 2025. Se assim o fizer, terá prêmio de 0,50% sobre o valor a ser amortizado.

Otimização de capital

Segundo a CVC, o reperfilamento tem o potencial de otimizar a estrutura de capital e a gestão do caixa, representando um importante passo no fortalecimento operacional e financeiro da CVC Corp.

“Isso expandirá a sua capacidade de crescimento sustentável e de investimentos, além de permitir a companhia acessar diversas outras formas de otimização de estrutura de capital a partir desse reperfilamento”, destaca.

A implementação do reperfilamento depende da concordância dos debenturistas em relação aos documentos definitivos e à aprovação em suas respectivas assembleias gerais, bem como aprovações societárias da companhia.

CVC: Não é a primeira vez que há reperfilamento

Em 2023, a empresa também teve que recorrer ao mecanismo. A ferramenta permite ajustar os termos da dívida para facilitar o pagamento e evitar problemas financeiros maiores.

Ao todo, a companhia possui dívida de R$ 705 milhões em debêntures, sendo que R$ 74,9 milhões são de curto prazo e R$ 630,4 de longo prazo.

No segundo trimestre, a dívida líquida, considerando saldos de recebíveis, era de R$ 836,3 milhões, redução de R$ 344,8 milhões na comparação com o ano passado.

O grupo de turismo teve prejuízo líquido de R$ 22,2 milhões no período, melhora de 86,7% sobre o resultado negativo apresentado no mesmo período do ano passado.

No ano, a ação derrete mais de 40% e está próxima do R$ 1, em meio ao momento ainda díficil da companhia.

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
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