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CVC (CVCB3): 4T21 traz ‘sinais encorajadores’; BTG vê potencial de alta de 227% para ação

16 mar 2022, 12:18 - atualizado em 16 mar 2022, 12:18
CVC e Natura
“Após atingir o fundo do poço na frente operacional em 2020, a CVC deve ser uma das principais beneficiárias da reabertura econômica”, afirma o BTG (Imagem: Rafael Borges/ Money times)

Os resultados que a CVC Brasil (CVCB3) divulgou na noite desta terça-feira (15) mostram uma clara melhora nos números, mas representam mais um trimestre transitório para a companhia.

De acordo com o BTG Pactual (BPAC11), ainda foi possível notar os impactos da pandemia nas viagens, que foram restringidas no período. Além disso, foi no quarto trimestre do ano passado que a empresa foi alvo de um ataque cibernético, causando impacto nas reservas.

As reservas totais cresceram 64% na comparação com o mesmo período do ano passado, embora ainda representem queda em comparação com 2019. A linha também ficou abaixo das estimativas do BTG em 9%.

A CVC registrou prejuízo líquido de R$ 145,8 milhões no quarto trimestre do ano passado, revertendo o lucro de R$ 392,5 milhões reportado em igual intervalo de 2020.

No acumulado do ano, a companhia melhorou o seu prejuízo em 60,3%, a R$ 486,6 milhões.

A receita líquida mostrou expansão de 36,3% no quarto trimestre, atingindo R$ 314 milhões.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado trimestral passou de um montante negativo de R$ 33,3 milhões em 2020 para um saldo positivo de R$ 8,9 milhões.

Pós-pandemia

Apesar das restrições de mobilidade no quarto trimestre, o BTG viu “sinais encorajadores de recuperação” nos últimos dados reportados pela CVC, além de uma tendência de melhor rentabilidade.

Mesmo com os desafios e a grande volatilidade esperados pela frente, o banco acredita que a CVC é um dos nomes que mais devem se beneficiar com a reabertura econômica.

“Após atingir o fundo do poço na frente operacional em 2020, a CVC deve ser uma das principais beneficiárias da reabertura econômica, além de alavancar seus relacionamentos de longo prazo (extensos) com a fragmentada indústria hoteleira e de companhias aéreas no segmento B2B (Business to Business)”, afirma o time de análise do BTG.

Os analistas veem com bons olhos o processo de turnaround pelo qual a companhia está passando desde 2020. A escala e o poder de barganha junto aos fornecedores, especialmente as operadoras hoteleiras, explicam a recomendação de compra da ação, com preço-alvo de R$ 33, o que implica um potencial de valorização de 227% sobre o último fechamento.

“Assumimos que as reservas B2C (Business to Consumer) da CVC atingirão os níveis de 2019 em 2022, com as reservas de B2B se recuperando apenas em 2023”, avalia o BTG.

A CVC encerrou o quarto trimestre com posição de caixa de R$ 987 milhões, R$ 1,8 bilhão em recebíveis (incluindo R$ 714 milhões em adiantamentos a fornecedores) e R$ 990 milhões em dívida financeira. A companhia tem mais de R$ 2,1 bilhões em vendas antecipadas de pacotes de viagens que impactarão o fluxo de caixa nos próximos trimestres.

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