CVC Brasil dispara 14,4% após troca no comando da empresa
As ações da CVC Brasil (CVCB3) dispararam 14,4% nesta sexta-feira (6), após a operadora de turismo anunciar a troca no comando poucos dias depois de relatar ter encontrado indícios de erros na contabilidade, que se confirmados poderão significar ajustes significativos nos resultados.
Já o Ibovespa (IBOV) fechou em queda de 4,14%. Na máxima, as ações chegaram a 23,63 reais, tendo ampliado os ganhos no começo da tarde.
A recuperação dos papéis vem após uma queda acumulada em 2020 de mais de 50% até a véspera, que reduziu o valor de mercado da empresa em mais de 3,55 bilhões de reais para 2,99 bilhões de reais, pressionada pelas questões relacionadas ao balanço, além de forte valorização do dólar ante o real.
Na noite de quinta-feira, a companhia anunciou renúncia de seu presidente-executivo, Luiz Fogaça, e que o conselho de administração aprovou a indicação de Leonel Andrade para substituí-lo. Fogaça seguirá no cargo até 30 de março.
Andrade foi presidente da Smiles (SMLS3), gestora de programas de fidelidade da Gol (GOLL4), da financeira Losango e da bandeira de cartões Credicard.
Para o analista Richard Cathcart, do Bradesco BBI, a recepção positiva do mercado à nomeação de Andrade era aguardada, dado o seu cargo anterior como presidente da Smiles, onde foi responsável por inovações significativas e posicionou o negócio como líder no uso de ferramentas e produtos digitais.
“Essa experiência de transformação digital será altamente valiosa para a CVC, pois ela pretende implementar sua própria transformação digital para enfrentar agentes de viagens online”, afirmou o analista, que tem recomendação ‘outperform’ para a ação, com preço-alvo de 42 reais.
Cathcart acrescentou ainda que o executivo também traz experiência no setor de viagens, bem como experiência em serviços financeiros, “que consideramos valiosos, dada a relevância do financiamento para as vendas da CVC”, conforme relatório a clientes.
“Sua nomeação também permitirá que a empresa comece a traçar uma linha sob as questões que impactaram negativamente o preço das ações nos últimos 12 meses, incluindo a lenta resposta à falência da Avianca e a descoberta de erros contábeis.”