Custo da invasão da Ucrânia está em mais R$ 10 a saca de milho e trigo para a suinocultura
Os produtores de suínos do Paraná, como certamente também os de frangos, já sentem o peso dos tambores de guerra da Rússia na Ucrânia. Os preços do milho, trigo e soja estão disparando juntos com as tropas invasoras, em escala que acabará chegando às gôndolas.
Ontem, o milho estava sendo pedido a R$ 102, R$ 103 a saca, nesta quinta (24), já tem oferta a R$ 110 a R$ 112.
O presidente da Associação Paranaense do Suinocultores (APS), lembrando que os três grãos são praticamente insubstituíveis na comida dos porcos, já que não têm outros em volume e valores energéticos.
No caso do trigo, que sofre direto o peso da guerra – pela forte produção russa e ucraniana -, estava com preços praticados na quarta no máximo a R$ 90. Hoje já tem armazéns e produtores querendo até R$ 100.
E o farelo de soja, a R$ 3,4 mil a tonelada, em ascensão de preços, como os outros dois componentes básicos da suinocultura e avicultura, além da bovinocultura (um pouco menos dependente).
“Os custos de produção já estão altos e dificilmente vamos conseguir segurar os preços”, aponta o produtor e presidente da APS, para quem, no entanto, a proteína de porco é ainda uma das mais baratas do mercado.
O cenário atual, se estendendo para o primeiro semestre, vai ficar mais complicado porque mesmo que venha uma boa oferta do milho safrinha (inverno) a valorização internacional vai seguir puxando as cotações no mercado doméstico.
Presidente do Friogírifco Notable, Edson Wigger, não tem dúvidas de que a pressão sobre os custos aumentará.
“Penso que com a Ucrânia fora do mercado, vai ficar tudo mais revolto”, diz o empresário de Santa Catarina.