Custo ao produtor salta nos EUA pelo núcleo do setor do Marfrig (MRFG3) e JBS (JBSS3)
As pressões inflacionárias nos Estados Unidos, reforçadas pelos custos de produção, deverão continuar a perseguir os negócios das filiais do Marfrig (MRFG3) e do JBS (JBSS3), assim como do conjunto do setor frigorifico e de todas as empresas transformadoras do país.
O índice de Preços ao Produtor (PPI, da sigla em inglês), divulgado nesta terça (15) pelo Departamento do Trabalho, mostrou aumento de 9,7% em janeiro, na comparação anual, e de 1% sobre dezembro, mês que o ganho foi o maior em oito meses.
Tanto no comparativo anual quanto no mensal os índices foram superiores ao estimado pelo mercado, mais conservador, e está claro nas informações oficiais que os gastos no pipeline da produção teve o núcleo alimento e energia entre os mais influentes. No caso das carnes, o estático rebanho de boi do país não cresce ao ritmo do consumo pós pandemia.
Além disso, as empresas do setor são grandes consumidoras de energia e de combustíveis.
Na semana passada, por exemplo, também foi observado que a inflação ao consumidor segue em ritmo forte, levando a taxa anual a nível recorde em 40 anos.
Nesse sentido, a partir do núcleo de alta dos preços para o produtor produzir, haverá novos repiques ao consumidor a partir de fevereiro, e reforça a tese de maior rigidez monetária que o Federal Reserve sinalizou a partir de março e para o ano todo.
Até o momento, seguindo os balanços dos players brasileiros de carnes, viu-se que as receitas originárias dos negócios de suas filiais americana são potentes, com o americano aceitando o aumento dos preços ocasionados pela oferta mais ajustada de bois, por exemplo.
E analistas brasileiros, como Sérgio Berruezo, da Ativa Investimentos, não consideravam a tendência alta dos juros nos EUA como fator de reflexo no consumo de alimentos, mas sem que se contasse com a inflexão dos índices neste começo de ano e, portanto, esperando um Fed mais conservador e menos agressivo a partir do mês que vem.