Curva de juros sobe e Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VIIA3) derretem; entenda os motivos
Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VIIA3) fecharam em forte queda, liderando as perdas do Ibovespa em dia de aversão ao risco, com bolsas globais caindo forte.
Os papéis do Magalu caíram 7,41%, enquanto Via derreteu 7,67%.
Alta dos juros
O mercado de juros futuros apagou 0,5 ponto percentual em quedas da taxa Selic precificadas para 2023, depois que falas hawkish do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e do diretor Bruno Serra indicaram que a autoridade monetária não pensa em corte neste momento e reiteraram a postura vigilante com a inflação.
Operadores financeiros também passaram a embutir um aperto residual da ordem de 20 pontos na curva de juros até o fim de 2022, o que poderia levar a Selic para 14%.
“A mensagem do Banco Central foi, no nosso entender, que os mercados devem segurar a ansiedade com relação ao ciclo de queda de juros. Tem muito trabalho pela frente ainda e afrouxar as condições financeiras agora vai contra o trabalho do BC”, disse Julio Fernandes, gestor dos multimercado macro da XP Asset.
Segundo Fernandes, se o próximo dado de inflação vier relativamente em linha com as expectativas, o BC deve encerrar mesmo o ciclo de aperto. O IBGE divulga o IPCA de agosto na próxima sexta-feira.
“Finalmente, Campos Neto validou os riscos inflacionários ascendentes”, disse Guillaume Tresca, estrategista sênior para mercados emergentes da Generali Investments. Segundo ele, o mercado estava precificando muitos cortes, especialmente nos contratos intermediários da curva doméstica.
Campos Neto afirmou que o BC ainda precisa transmitir uma “mensagem dura” apesar da melhora na inflação e que continua valendo a análise de ajuste terminal na Selic neste mês, em evento na noite de segunda-feira.
Hoje pela manhã, Serra reforçou o tom conservador ao dizer que é preciso ter “muita cautela”. O diretor ainda pontuou que é inconsistente o mercado precificar inflação acima da meta e discutir queda de juros.
“A comunicação do BC indica que eles estavam um pouco descontentes com a precificação de cortes no curto prazo”, diz Juan Prada, estrategista do Barclays em Nova York.
Siga o Money Times no Facebook!
Com Bloomberg