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Curva de juro escancara incerteza e projeta voo de galinha para economia brasileira

03 jan 2018, 8:01 - atualizado em 02 jan 2018, 23:53

Brasílias

Apesar de o mercado estar muito contente com a expectativa, bastante provável, de a Selic ir abaixo dos 7% e a economia retomar um crescimento razoável – próximo de 3% – em 2018, as curvas de juros escancaram a verdade inconveniente sobre a sempre incerta trajetória de crescimento econômico de longo prazo no Brasil e o peso do risco fiscal.

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Os contratos DI mais curtos embutem os patamares históricos mais baixos do juro básico da economia, que pode tocar os 6,75% já no primeiro trimestre deste ano e o juro real expresso pela NTNB percorre níveis inferiores a 4% no horizonte dos próximos dois anos, ressalta o BB Investimentos em uma análise enviada ao mercado.

O analista sênior Renato Odo ressalta, contudo, que as variáveis de incerteza e risco ganham mais espaço após este horizonte, levando a curva DI a retomar uma elevação mais expressiva e o juro real a buscar o nível dos 4%.

“Ademais, conforme avança a linha do tempo, a percepção de risco acumula novos reforços, que se refletem tanto em um nível recorde da inclinação positiva da curva DI, como também na ampliação do diferencial entre os contratos de 5 e de 10 anos do CDS Brasil, que atingiu o ápice do histórico recente do derivativo ao longo de 2017 e inicia 2018 neste patamar”, pontua Odo.

Risco Fiscal

Segundo ele, após assimilar os benefícios do atual ciclo econômico positivo, pós-recessão, os agentes passam a atribuir maiores pesos para o risco fiscal, em pelo menos duas etapas mais relevantes – após dois anos, conforme sinalização das curvas DI e NTN-B, e após cinco anos, de acordo com o spread do CDS Brasil (10Y-5Y).

Ou seja, a não ser resolvida a questão fiscal brasileira, que começa com a reforma da Previdência, o país vive o risco de mais uma vez de gozar apenas de um voo de galinha em sua economia.

Fundador do Money Times | Editor
Fundador do Money Times. Antes, foi repórter de O Financista, Editor e colunista de Exame.com, repórter do Brasil Econômico, Invest News e InfoMoney.
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