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Curto prazo embaralha rumos dos frigoríficos na B3; Minerva (BEEF3) sai forte da zona negativa

27 maio 2022, 12:58 - atualizado em 27 maio 2022, 13:12
Carne bovina
O boi está mais barato para os frigoríficos, mas o real fortalecido pode prejudicar exportações (Imagem: Shutterstock/ASA studio)

O ambiente  setorial para os três maiores grupos de carne bovina, JBS (JBSS3), Marfrig (MRFG3) e Minerva (BEEF3) está embaralhado no curto prazo. Este último, por exemplo, já virou, de forte baixa para alta na B3 (B3SA3)

As estatísticas federais devem confirmar, na próxima semana, que as exportações de maio de carne bovina (99,5 mil toneladas, até a 3ª semana) recuaram sobre abril (186,6 mil/t). Mesmo contra maio de 2021, a alta deve ser comedida.

Com real fortalecido frente ao dólar, que encarece para os importadores, e as sequelas do lockdown na China, que reduziu o apetite, o cenário só não está piorado porque o preço do boi está mais barato no Brasil.

Nesta sexta (27), as notícias de que a inflação pode ter chegado num pico nos Estados Unidos ajudou a oxigenar o ambiente para os frigoríficos como operação por lá, especialmente para a Marfrig, o mais dependente daquele mercado em seus resultados.

Quatro plantas frigoríficas, duas da JBS e duas da Marfrig seguem suspensas temporariamente pelos chineses, algo repetitivo desde março, com decisões como essas esporádicas, por vestígios de covid em embalagens.

As ações de ambas companhias vêm de duas sessões de quedas seguidas na B3. A Marfrig foi mais descontada – 1,94% e 2,09%, respectivamente ontem e quarta – e está em ajuste agora  (12h55) positivo de 0,14%, a R$ 14,70.

JBS sente a falta de força do Ibovespa (IBOV) e embora podendo ter suporte das notícias mais animadoras dos EUA, como o caso da concorrente, está mais comprometida com o andamento complicado do mercado interno e as exportações em geral, nos dois casos por ser mais diversificada. Estava oscilando muito dos dois lados, agora a R$ 35,30, mais 0,09%.

O frigorífico Minerva acelerou fortemente suas altas na bolsa no último dia (4,03%), rompendo os R$ 13, numa sequência que começou dia 17, quando os papéis caíram para baixo dos R$ 12 quando ficou conhecido o balanço trimestral da empresa.

Vinha absorvendo bem a fraqueza do dólar, inclusive porque tem o apoio exportador das unidades sul-americanas da subsidiária Athena Foods, e da baixa do boi no Brasil. Estava devolvendo bem até há pouco e agora se recuperou com força, em alta de 1,49%, citada a R$ 13,61.