Curto prazo da Embraer (EMBR3) parece nublado; analistas não entram em consenso sobre ação
Os resultados da Embraer (EMBR3) – mais especificamente receita líquida e Ebitda – vieram em linha com o que alguns especialistas do mercado esperavam.
Nos primeiros três meses do ano, a fabricante de aeronaves reportou prejuízo de R$ 428 milhões, o que representa uma redução em relação ao montante negativo de R$ 522,9 milhões registrado um ano antes.
A receita líquida no período chegou a R$ 3 bilhões, volume 31% menor comparado com o primeiro trimestre de 2021.
Segundo a Embraer, a linha foi impactada por quase um mês de paralisação, em janeiro, devido à reintegração sistêmica e legal da unidade de negócio da aviação comercial.
A companhia reportou Ebitda e Ebitda ajustados de, respectivamente, -R$ 163,4 milhões e R$ 45,4 milhões.
O BTG Pactual (BPAC11) lembra que itens não recorrentes e especiais inundaram o balanço da Embraer. Os números foram impactados por US$ 17 milhões em itens especiais e US$ 9 milhões em itens não recorrentes.
“Excluindo todos esses itens, o Ebit e o Ebitda ajustados foram de -US$ 10 milhões e US$ 30 milhões, gerando margens de -1,7% e 5%”, destaca o banco.
Foco nas margens
Um dos destaques positivos do relatório foi o crescimento das margens brutas.
A margem bruta consolidada reportada foi de 20,3%, superior aos 9,5% do primeiro trimestre de 2021. O indicador foi influenciado pelo melhor desempenho de margem bruta em todos os segmentos da empresa.
“Mesmo com a queda nas vendas em boa parte dos segmentos, as margens brutas dentro de cada segmento melhoraram significativamente”, afirma o UBS, em relatório divulgado nesta quinta-feira (28).
O UBS destaca que, excluindo despesas, a margem Ebitda do primeiro trimestre teria ficado perto de 5%, ante os 2,2% reportados.
Além disso, a Embraer manteve seu guidance para 2022 intacto. As projeções incluem vendas na ordem de US$ 4,5-5 bilhões das entregas de 60-70 no segmento de aviação comercial e fluxo de caixa a US$ 50 milhões ou mais.
Segundo o BTG, a reafirmação do guidance mostra que a margem Ebitda deve melhorar nos próximos trimestres para atender as projeções de 8-9% para o indicador no ano.
Comprar ou não a ação? Eis (ainda) a questão
O BTG e o UBS não têm a mesma recomendação para as ações da Embraer. Enquanto o segundo banco indica a compra do papel ERJ, com preço-alvo de US$ 24, o primeiro segue com rating “neutro” e preço-alvo para a ação EMBR3 de R$ 26.
A Ativa Investimentos, que traz uma leitura mais negativa dos resultados trimestrais, também é “neutro” com o nome.
“Seguimos vendo a sua divisão comercial pressionada pelo estágio da aviação aérea atualmente e acreditamos que a decisão da companhia em adentrar à conversão de aeronaves comerciais para cargueiros é uma forma de tentar empreender esforços para driblar os desafios atuais”, comenta a corretora.
A Ativa também acredita que a unidade de negócio “Defesa & Segurança” não deve ver soluções de curto prazo para alavancar o ramp up.
O preço-alvo sugerido para os papéis EMBR3 é de R$ 19.
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