Cúpula do G20 visa aumentar acesso a vacinas; laboratórios devem oferecer descontos
Líderes das maiores economias do mundo iniciaram nesta sexta-feira uma cúpula de saúde global na qual se acredita que laboratórios prometerão suprimentos de vacinas com descontos para nações mais pobres para acabar com a pandemia de Covid-19.
O G20 parecia disposto a pedir por licenciamentos e transferências de tecnologia voluntários que permitam um aumento rápido na produção de vacinas, mas se esquivará de uma iniciativa dos Estados Unidos e outros países que pede a dispensa de patentes de vacinas.
A União Europeia também prometerá montar polos de fabricação de vacinas na África, que enfrenta uma carência de doses.
O evento virtual de um dia a cargo da Itália, atual presidente do G20, e da Comissão Europeia é considerado como a primeira grande cúpula a se concentrar em maneiras de superar a crise de saúde, que já matou milhões, e evitar desastres futuros deste tipo.
“Enquanto nos preparamos para a próxima pandemia, nossa prioridade precisa ser a certeza de que todos superaremos a atual juntos. Precisamos vacinar o mundo, e fazê-lo rápido”, disse o primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, em um discurso de abertura.
Embora campanhas de inoculação estejam a todo vapor em muitas nações desenvolvidas, ajudando a causar uma redução dramática de casos novos, muito poucas doses chegam a países menos desenvolvidos, onde o vírus ainda se alastra, às vezes fora de controle.
Uma variedade de líderes, incluindo os presidentes da China, Índia, França e África do Sul, devem discursar na reunião, assim como os chefes de organizações multinacionais, o filantropo norte-americano Bill Gates e vários especialistas de saúde.
Mas o presidente dos EUA, Joe Biden, não consta da lista de oradores, disseram organizadores.
No início de maio, o governo Biden apoiou apelos de muitos países desenvolvidos por uma dispensa de patentes de vacinas contra Covid-19 na esperança de que isso aumente a produção e permita uma distribuição mais igualitária de doses em todo o globo.
Mas o esboço da declaração final visto pela Reuters não menciona tal mecanismo, que é contestado por algumas nações europeias que, ao invés dele, pedem a remoção de barreiras comerciais norte-americanas que consideram o principal gargalo na aceleração da produção de vacinas.
Visando ampliar as cadeias de suprimento, a Europa anunciará durante o encontro que criará ao menos três polos de fabricação na África neste ano para fortalecer a produção de vacinas no longo prazo, disse uma autoridade da UE à Reuters.