Finanças Pessoais

Cuidado, Neymar: veja aqui como você pode se proteger de golpes bancários

10 fev 2022, 9:37 - atualizado em 10 fev 2022, 10:15
Neymar Jr.
O jogador do PSG investiu cerca de R$ 6 milhões em criptoativos nesta semana (Imagem: © Zabulon Laurent/ABACA)

Se até o jogador milionário Neymar é alvo de golpes bancários, imagina os reles mortais.

Cair nessas ciladas não é tão difícil quanto parece, mas existem alguns cuidados que podem te ajudar a evitar passar por esse tipo de situação.

Segundo a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), desde o começo da pandemia do novo coronavírus, “os criminosos têm aproveitado a maior permanência das pessoas em casa e o crescimento exponencial de transações digitais para aplicar golpes na população”.

Um levantamento feito pela instituição, por exemplo, mostra que no primeiro semestre de 2021 houve um aumento de 165% nos golpes de engenharia social (que, como define a Febraban, “consiste na manipulação psicológica do usuário para que ele lhe forneça informações confidenciais, como senhas e números de cartões para os criminosos, ou faça transações em favor das quadrilhas”) em comparação ao segundo semestre de 2020.

Outros crimes, como o da falsa central telefônica e do falso funcionário, aumentaram 62%. Já ataques de phishing (quando o criminoso consegue dados pessoais do usuário por meio de links ou páginas falsas) cresceram 26%.

Foi pensando nisso que a Federação criou um guia para que as pessoas não caiam em golpes financeiros. Confira abaixo:

  • Golpe do Falso Motoboy

Como é

O golpe começa quando o cliente recebe uma ligação do golpista que se passa por funcionário do banco, dizendo que o cartão foi fraudado.

O falso funcionário solicita a senha e pede que o cartão seja cortado, mas que o chip não seja danificado. Em seguida, diz que o cartão será retirado na casa do cliente.

O outro golpista aparece onde a vítima está e retira o cartão. Mesmo com o cartão cortado, o chip está intacto e os fraudadores podem utilizá-lo para fazer transações e roubar o dinheiro da vítima.

Como evitar

Fique atento! Os bancos nunca pedem o cartão de volta nem mandam portadores até a sua casa para buscá-lo.

Se receber esse tipo de ligação ou visita, não entregue nada para ninguém e ligue imediatamente para o seu banco, de preferência de um celular, para saber se existe algum problema com a sua conta.

  • Golpe da Falsa Central de Atendimento

Como é

O fraudador entra em contato com a vítima se passando por um falso funcionário do banco ou empresa com a qual ela tem um relacionamento ativo.

Informa que sua conta foi invadida, clonada ou outro problema e, a partir daí, solicita os dados pessoais e financeiros da vítima.

E até mesmo pede para que ela ligue na central do banco, no número que aparece atrás do seu cartão, mas o fraudador continua na linha para simular o atendimento da central e pedir os dados da sua conta, dos seus cartões e, principalmente, a sua senha quando você a digitar.

Como evitar

Se receber esse tipo de contato, desconfie na hora.

Desligue e entre em contato com a instituição através dos canais oficiais, de preferência usando o celular ou aplicativos móveis, para saber se algo aconteceu mesmo com sua conta.

O banco nunca liga para o cliente pedindo senha nem o número do cartão e também nunca liga para pedir para realizar uma transferência ou qualquer tipo de pagamento.

  • Golpe no WhatsApp

Como é

Os golpistas descobrem o número do celular e o nome da vítima de quem pretendem clonar a conta de WhatsApp.

Com essas informações em mãos, os criminosos tentam cadastrar o WhatsApp da vítima nos aparelhos deles.

Para concluir a operação, é preciso inserir o código de segurança que o aplicativo envia por SMS sempre que é instalado em um novo dispositivo.

Os fraudadores enviam uma mensagem pelo WhatsApp fingindo ser do Serviço de Atendimento ao Cliente do site de vendas ou da empresa em que a vítima tem cadastro.

Eles solicitam o código de segurança, que já foi enviado por SMS pelo aplicativo, afirmando se tratar de uma atualização, manutenção ou confirmação de cadastro.

Com o código, os bandidos conseguem replicar a conta de WhatsApp em outro celular, têm acesso a todo o histórico de conversas e contatos.

A partir daí, os criminosos enviam mensagens para os contatos, passando-se pela pessoa, pedindo dinheiro emprestado.

Desconfie de pessoas pedindo dinheiro ou seus dados por aplicativos de mensagem. Geralmente os golpistas apelam para alguma urgência falsa e pedem depósitos e transferências via Pix para contas de terceiros ou então para pagar alguma conta.

Como evitar

Primeiro, proteja o seu WhatsApp de invasões e clonagens.

Nas configurações do aplicativo, clique em “Conta”, depois em “Confirmação em Duas Etapas” e ative essa funcionalidade de segurança com uma senha.

Você diminui a chance de golpistas roubarem seu número.

E nas configurações de privacidade, deixe a sua foto de perfil pública apenas para os seus contatos, assim ninguém a utiliza para golpes.

Nunca compartilhe o código de segurança. E caso receba mensagens de parentes ou conhecidos pedindo dinheiro emprestado, confirme a identidade de quem está do outro lado.

  • Golpe da troca do cartão

Como é

Golpistas que trabalham como vendedores prestam atenção quando você digita sua senha na máquina de compra e depois trocam o cartão na hora de devolvê-lo.

Com seu cartão e senha, fazem compras usando o seu dinheiro. O mesmo pode acontecer com desconhecidos oferecendo ajuda no caixa eletrônico.

Eles se aproveitam de alguma dificuldade sua no terminal eletrônico para pegar rapidamente o seu cartão e depois devolver um que não é seu, ao mesmo tempo que espiam sua senha.

Como evitar

Fique sempre atento na hora das compras.

Confira se é mesmo o seu nome impresso no cartão devolvido e, se possível, passe você mesmo o cartão na maquininha em vez de entregá-lo para outra pessoa.

Nos caixas eletrônicos, procure funcionários do banco devidamente uniformizados, não aceite ajuda de desconhecidos.

Golpe do link falso

Como é

Um golpe em que normalmente ofertas muito atrativas chegam por e-mail ou redes sociais como iscas para que os usuários informem seus dados como número de CPF, conta, cartões e senhas.

Essas mensagens também podem instalar vírus e aplicativos que roubam seus dados por meio de links maliciosos, permitindo os golpistas acessarem todas as suas contas.

Como evitar

Desconfie de mensagens que você não pediu ou aprovou, e de ofertas em que o desconto é tentador demais.

Fique atento ao e-mail do remetente, empresas de grande porte não utilizam contas privadas como @gmail, @hotmail ou @terra e entidades públicas sempre usam @gov.br ou @org.br.

Em caso de links, confira se o endereço da página corresponde ao correto. Em caso de dúvida, não clique.

  • Golpe do falso leilão

Como é

Golpistas criam sites falsos de leilão, anunciando todo tipo de produto por preços bem abaixo do mercado.

Depois pedem transferências, depósitos e até dinheiro via Pix para assegurar a compra. Geralmente apelam para a urgência em fechar o negócio, dizendo que você pode perder os descontos.

Mas nunca entregam as mercadorias pagas. Além disso, os fraudadores podem se aproveitar para roubar informações importantes como CPF e número de conta das vítimas.

Como evitar

Sempre pesquise sobre a empresa de leilões em sites de reclamação e confira o CNPJ do leiloeiro.

Nunca faça transações financeiras em sites que não tenham o cadeado de segurança no navegador e certificados digitais para transações, nem faça transferências para contas de pessoas físicas.

  • Golpe do falso empréstimo

Como é

Organizações criminosas se passam por falsas instituições financeiras e oferecem empréstimos com condições muito vantajosas para o consumidor.

As quadrilhas fazem anúncios em sites na internet e oferecem crédito, com condições muito atrativas, inclusive, prometem liberação fácil de dinheiro para consumidores negativados.

Quando o interessado preenche o cadastro nestes sites fraudulentos, os bandidos entram em contato e pedem que ele assine um suposto contrato, mas, sem que o usuário perceba, colocam cláusulas impondo multas, caso haja desistência.

Para que o falso empréstimo seja liberado, os bandidos pedem o pagamento de taxas e impostos e dizem que a prática é normal.

Como evitar

A Febraban alerta que não existe nenhum tipo de empréstimo em que a pessoa tenha que fazer qualquer tipo de pagamento antecipado, seja de impostos, de preenchimento de cadastro ou de supostos adiantamentos de parcelas, e esclarece que este tipo de abordagem é fraude.

Em todas as operações de crédito regulares, o cliente recebe o dinheiro e não tem que pagar nada para obter o empréstimo.

Desconfie de sites na internet que ofereçam crédito com condições vantajosas. Sempre pesquise e verifique se a instituição é autorizada pelo Banco Central a oferecer empréstimos

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