Inflação

Cueca, batom, arranha-céu: As diferentes formas de prever uma recessão

09 abr 2022, 15:00 - atualizado em 08 abr 2022, 17:01
Dólar; dinheiro; inflação
(Tima Miroshnichenko no Pexels)

Em meio a temores frequentes sobre uma recessão nos Estados Unidos, com bancos e analistas prevendo que a situação na Rússia e na Ucrânia terá efeitos graves na economia norte-americana, existem métodos pouco tradicionais para medir uma possível recessão na economia — como cuecas, batons e arranha-céus.

Não, você não leu errado. Esses três itens, segundo teorias econômicas, podem ajudar a entender quando e como uma recessão irá acontecer.

O índice de arranha-céu foi desenvolvido por Andrew Lawrence, em 1999, com o objetivo de medir a ligação entre a construção dos maiores prédios do mundo com uma crise econômica.

Segundo a CNBC, Lawrence afirmou em 2012 ao Council on Tall Buildings and Urban Habitat que “havia olhado desde o final de 1800 e encontrado correlações entre a conclusão dos edifícios mais altos do mundo e as crises econômicas”.

Como exemplos, ele cita a criação dos edifícios Chrysler e Empire State durante a Grande Depressão, em 1929. Para Lawrence, “a conclusão é que esses arranha-céus tendem a limitar o que é um grande boom de construção”, sendo que o problema não é, necessariamente, o prédio em si, mas sim um aglomerado de arranha-céus sendo construídos no mesmo período.

No final de 2021, a construção do Warisan Merdeka Tower foi concluída, sendo ele o segundo maior prédio do mundo, bem como o New York’s Steinway Tower, considerado o edifício mais fino de todos.

Se a teoria de Lawrence for real na prática, isso pode significar que uma recessão está a caminho.

Já o índice da cueca foi criado pelo ex-presidente do Federal Reserve (FED), Alan Greespan. Em 2008, durante a crise, Robert Krulwich, da NPR, afirmou que “Greenspan havia explicado que, pelo fato de as cuecas serem uma das últimas peças de roupa que os homens procuram comprar, podem funcionar como um bom indicador de quando os tempos estão difíceis”

Para Greenspan, “as vendas de cuecas tendem a ser consistentes, mas, quando elas caem, indicam que as finanças dos homens estão tão apertadas que eles optam por não comprar novas roupas íntimas”.

Outro índice utilizado é o de batons, criado pelo presidente da Estee Lauder, Leonard Lauder. Para ele, quando a situação está complicada, mulheres tendem a gastar mais em “pequenas luxúrias”, como batons, para se sentirem mais felizes.

Isso não foi realidade em 2020. Com a crise causada pela pandemia da covid-19, a venda de itens de maquiagem caiu.

O último método alternativo é o índice da bainha, desenvolvido pelo economista George Taylor, da Wharton Business School.

A teoria de Taylor aponta que as saias ficam mais curtas quando os mercados estão em alta e mais compridas nas recessões.

Uma pesquisa publicada em 2010 pela Erasmus School of Economics Econometric Institute, no entanto, mostra que a “lenda urbana é um pouco verdade, mas tem um atraso de três anos”.

À CNBC, o diretor de investimentos da AJ Bell, Russ Mould, disse que “embora os investidores não devam confiar implicitamente nesses indicadores econômicos, sempre vale a pena ficar de olho neles”.

Segundo ele, “quando os preços de luxos como champanhe e arte subiram no teto ao mesmo tempo em que os preços das ações, recompras de ações, fusões e aquisições e dívidas que os investidores devem começar a se sentir um pouco mais preocupados”.

“É um tipo de comportamento de mercado em alta, dias felizes vão durar para sempre, que simplesmente não pode durar para sempre, porque nunca dura”, disse ele.

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