Cuba gera esperanças na América Latina com vacina própria contra Covid-19
Cuba iniciou uma campanha de vacinação em massa contra Covid-19 nesta quarta-feira usando uma de suas cinco candidatas a vacina que, se forem eficazes, podem melhorar o acesso a imunizantes em toda a América Latina, uma das regiões mais atingidas pela pandemia.
O setor biofarmacêutico estatal de Cuba – que tem uma longa história de desenvolvimento, produção e exportação – concluiu os testes de fase avançada no país para a vacina, Abdala, em mais de 48.000 voluntários, mas ainda não publicou os resultados.
Ainda assim, diz que as vantagens de iniciar a vacinação em massa superam os riscos, já que a injeção se mostrou segura e eficaz na geração de anticorpos, e Cuba enfrenta seu pior surto de Covid-19 desde o início da pandemia.
Vários países se apressaram em aplicar as vacinas contra Covid antes que todos os resultados fossem aprovados.
Nos Estados Unidos e na Europa, as vacinas foram aprovadas para uso de emergência com base em pequenas amostras de dados iniciais dos ensaios de fase três, enquanto na Rússia e na China as vacinas foram administradas antes da publicação dos resultados de fase dois.
“Mesmo que não seja certo que não vou ficar doente, se eu ficar doente, acho que não será tão grave e não me matará”, disse Dora Garrido Garcia, de 75 anos, depois de tomar a primeira de três doses da Abdala em uma clínica em Regla, um subúrbio da baía de Havana. “Então estou feliz.”
Se as vacinas caseiras de Cuba forem bem-sucedidas, isso representará uma grande conquista para o país comunista e um raio de esperança para seus aliados e países em desenvolvimento que sofrem com o acesso desigual às vacinas em todo o mundo.
Outros países da América Latina – incluindo Bolívia, Argentina e México – já manifestaram interesse em adquirir ou mesmo produzir as vacinas cubanas.