CTM fecha mais um fundo para resgate, o Hedge, após acusação de manipular mercado
A CTM Investimentos anunciou o fechamento para resgate do CTM Hedge Fundo de Investimento Multimercado Longo Prazo. Este é o segundo fundo que a gestora paranaense fecha para resgate, após ser acusada de manipular o mercado pelo CEO da Esh Capital, Vladimir Timerman, em artigo publicado no sábado (22) no Money Times.
O argumento da CTM é o mesmo usado para fechar o Fundo Estratégia: “incompatibilidade dos pedidos de resgate solicitados com a baixa liquidez apresentada pelo fundo”. Isto porque, segundo o Banco Daycoval, administrador do Fundo Hedge, à medida que os pedidos são atendidos, a carteira “tem se concentrada cada vez mais nas ações de baixa liquidez”.
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A CTM afirmou, no fato relevante datado de domingo (23), que cumprirá “todos os procedimentos regulatórios necessários”, incluindo a convocação de uma assembleia extraordinária de cotistas em até cinco dias.
A gestora também se comprometeu a divulgar um comunicado aos cotistas do Fundo Hedge, justificando a decisão de fechá-lo para saques.
CTM, Mobly (MBLY3) e Vladimir Timerman
O gestor Vladimir Timerman, da Esh Capital, acusou a gestora CTM, tocada pelo gestor Daniel Alberini, de manipulação de mercado envolvendo as ações da Mobly (MBLY3) e outros papéis. O Money Times não conseguiu contato com a CTM e o espaço está aberto para sua manifestação.
De acordo com um texto que Timerman fez circular em grupos de WhatsApp neste sábado, intitulado “Crônica de uma tragédia anunciada”, a estratégia da CTM seria comprar ativos sem liquidez, como os papéis da Mobly, gerando uma performance artificial que seria recebida pela CTM.
Timerman chega a afirmar que a estratégia da gestora é uma “tentativa de se criar um verdadeiro esquema Ponzi através de fundos abertos ao público em geral.” Isto porque, a CTM utilizaria diversos fundos sob sua gestão para sustentar altas artificiais de ações com pouca liquidez. “Enquanto o dinheiro continuar entrando, o castelo de cartas não desmorona”, coloca.
O problema, segundo Timerman, é que “o dinheiro parou de entrar e começou a sair, e ao invés de se desfazer da posição, o que diminuiria a rentabilidade artificial do fundo, uma vez que nenhum terceiro compraria as ações supervalorizadas no atual preço, a escolha foi de ir pro tudo ou nada e rezar para que a situação se reverta em algum momento no futuro”.
“Não bastasse isso, o gestor ainda se utiliza da estrutura de fundos para beneficiar fundos que tem um objetivo de risco menor em prol daqueles mais arriscados. Afinal, bicicleta que não pedala, cai”, pontua Timerman.
Leia o fato relevante da CTM sobre o fechamento do Fundo Hedge.