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CSNA3, CMIM3, USIM5, VALE3, BRAP4: O que a China fez para ações desabarem?

08 out 2024, 13:09 - atualizado em 08 out 2024, 13:17
Minério de ferro
(Imagem: Reuters)

As ações de mineradoras e siderúrgicas caem em bloco na bolsa nesta terça-feira em meio à frustração com a China, levando o Ibovespa junto.

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Por volta das 12h36, as ações da Usiminas (USIM5) lideravam as quedas, a 4,6%, enquanto CSN (CSNA3) caia 4,6%, CSN Mineração (CMIN3) recuava 3,66% e Vale (VALE3) 3,40%. A Bradespar (BRAP4), holding cujo principal veículo de investimento é a Vale, por tabela caia 2,5%.

Tudo porque a China decepcionou ao anunciar que adiantará 100 bilhões de yuan (cerca de US$ 14,1 bilhões) do orçamento de investimento de 2025 e outros 100 bilhões de yuan serão destinados para projetos de construção. Além disso, continuará com a emissão de títulos governamentais especiais de prazo ultralongo para o ano que vem.

A expectativa do mercado era de um pacote de trilhões de yuan. Também preocupam as projeções de uma desaceleração dos indicadores econômicos na China em setembro.

A reação dos investidores durante o anúncio foi negativa. O destaque negativo para Hang Seng, que afundou 9,41%, e, apesar de ter fechado com alta de 4,59%, a bolsa de Xangai estava subindo em torno de 10% antes das novas medidas.

Do lado das commodities, o minério de ferro caiu 2,37%, a US$ 111,08 por tonelada em Dalian, chegando a afundar 5%. Até o petróleo passou a cair com o aumento da aversão ao risco na Ásia, mesmo com as pressões vindas das tensões no Oriente Médio.

“A tão esperada conferência desta manhã não conseguiu dar o sinal esperado de mais estímulos fortes”, disse Pei Hao, analista da corretora internacional Freight Investor Services à Reuters.

“Portanto, alguns (traders) liquidaram parte das posições compradas para obter lucro.”

Além disso, também pesou sobre o sentimento geral o pedido de órgãos reguladores chineses para que as instituições financeiras fortaleçam controles internos de alavancagem e evitem que empréstimos bancários entrem ilegalmente no mercado de ações.

O que esperar dos resultados do terceiro trimestre?

Para o BTG, as empresas do setor deverão reportar resultado mais fraco no terceiro trimestre, em meio ao tombo do minério de ferro, que recuou 11% trimestralmente. O níquel caiu 12% e o cobre 5%.

O ouro foi a exceção, atingindo máximos históricos acima de US$ 2.500/oz, impulsionado pelas compras e fluxos contínuos do banco central.

“O trimestre foi particularmente desafiador para os ativos de minérios de ferro, uma vez que os preços convergiram para custos de produção marginais devido à contínua fraqueza da demanda na China (o setor imobiliário ainda deteriorar-se em dois dígitos) e a um cenário robusto de oferta”.

Segundo o banco, a questão principal para o setor nas próximas semanas continua a ser a extensão da resposta fiscal das autoridades chinesas e o impacto contínuo do processo de cobertura de shorts (posições vendidas).

“Acreditamos que é prudente cobrir posições vendidas por enquanto, mas continuamos a adotar uma abordagem seletiva, com nossas teses preferidas sendo Suzano e Gerdau“.

As empresas com exposição significativa ao minério de ferro, como Vale e CSN/CMIN, apresentarão resultados trimestrais mais fracos nos cálculos do BTG.

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