BusinessTimes

CSN vende fábrica por R$ 1,8 bi; impacto na dívida é baixo; Usiminas reajusta aço

02 jul 2018, 12:02 - atualizado em 02 jul 2018, 12:02

CSN

Por Arena do Pavini– Na última sexta-feira, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSNA3) anunciou que concluiu a venda da totalidade de sua participação na CSN LLC, empresa localizada nos EUA, para a Steel Dynamics, por US$ 400 milhões. O negócio já havia sido anunciado em 14 de maio, junto com os resultados do 1° trimestre, e, portanto, não deve trazer grande impulso para os papéis da companhia hoje, lembra a corretora Coinvalores. Além disso, ainda que a venda seja importante para dar fôlego financeiro para a companhia, seu impacto é pequeno, de aproximadamente R$ 1,800 bilhão, frente a uma dívida líquida de R$ 26.5 bilhões, levando a relação dívida líquida/ lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) dos atuais 5,8 vezes para 5,4 vezes, um nível ainda bastante elevado, diz a corretora.

A Guide Investimentos vê a notícia como positiva, já que a alavancagem financeira da CSN é um dos principais pontos negativos da companhia. A CSN vem somando esforços na venda de ativos para reduzir o alto nível de endividamento e tornar o negócio mais sustentável. “Ainda assim, a notícia é positiva, e deve refletir de forma positiva na sessão de hoje”, acredita a Guide.

A corretora lembra que a conclusão da venda da subsidiária americana vai em linha com a estratégia de desalavancagem financeira da CSN, que tem como meta, em seu plano de desinvestimento, atingir 3,5 vezes a relação Dívida Líquida/ Ebidta até 2019. Em março, a gestão deixou clara a pretensão de levantar entre R$ 2 bilhões e R$ 3 bilhões com venda de ativos este ano. A CSN tem buscado focar em ativos mais rentáveis e reorganizar seu portfólio.

Usiminas reajusta aço

Ainda no setor de siderurgia, o presidente da Usiminas (USIM5), Sérgio Leite de Andrade, disse na sexta-feira que a empresa vai elevar os preços de seus aços laminados em cerca de 10% neste mês. Os aumentos, informou, foram anunciados para serem aplicados em junho, mas não chegaram a ser implementados devido à greve dos caminhoneiros. Andrade disse ainda que a gestão de preços da Usiminas considera um “ponto de equilíbrio” entre o produto importado colocado em São Paulo e o preço cobrado pela siderúrgica nesse mercado. No total, a empresa tem cerca de 400 clientes industriais.

Para a Guide Investimentos, o impacto é marginalmente positivo. Embora já esperado pelo mercado, a notícia deve ser bem recebida. A corretora diz que segue otimista com a Usiminas. A estratégia de preços, alinhada com a recuperação dos volumes de vendas, continuam a contribuir nos resultados. Assim, a empresa vem apresentando crescimento do Ebitda, e consequentemente redução de sua alavancagem financeira.

Para o longo prazo, a Guide diz que considera que o ambiente econômico doméstico mais favorável, com níveis de confiança se recuperando, combinado a taxa de juros em patamares mais baixos, podem levar a uma demanda de aço acima do esperado e beneficiar os resultados da Usiminas. O aumento da demanda diminuiria também parte da ociosidade das operações, e diluiria significativamente os custos fixos da companhia. Para enfrentar o período mais desfavorável da economia doméstica, a Usiminas vem buscando melhorar seu fluxo de caixa para tornar a empresa mais saudável financeiramente.

A Guide diz que vê um cenário positivo para Usiminas, em meio: (i) aumento dos preços internacionais do aço, tendo espaço para novos reajustes no mercado interno; (ii) aumento do volume de vendas em função da retomada da atividade econômica local; (iii) continuidade no controle de custos e despesas.

 

Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.