CSN, Vale, Petrobras, Ambev e mais: Confira como foram os balanços da semana
A primeira semana mais movimentada na temporada de balanços chega ao fim nesta sexta-feira, com resultados apresentando diferentes reações dos mercados. Números como os da CSN (CSNA3), Localiza (RENT3) e Ambev (ABEV3) foram considerados decepcionantes. Já os resultados de WEG (WEGE3), Vale (VALE3), Petrobras (PETR4) e Usiminas (USIM5) foram bem recebidos pelos investidores.
Confira como foram os resultados do decorrer da semana:
Terça (22/10)
Após o fechamento do mercado
Romi
A Indústrias Romi (ROMI3) informou no final da tarde de terça-feira que encerrou o terceiro trimestre de 2019 com lucro líquido de R$ 27,891 milhões, um crescimento de 75,1% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando foi de R$ 15,931 milhões, revertendo ainda o prejuízo de R$ 4,348 milhões entre abril e junho.
Nos três primeiros meses do segundo semestre, a companhia registrou receita operacional líquida de R$ 246,500 milhões, um ganho de 19,7% em relação aos R$ 205,954 milhões do mesmo intervalo do ano passado. Além disso, os números também representam um ganho de 46,8% aos R$ 167,859 do segundo trimestre.
Assim, o Ebitda ajustado da companhia foi a R$ 35,528 milhões, alta de 48,7% diante dos R$ 23,886 milhões na base anual, enquanto que, na trimestral, o crescimento foi de 431,2%, diante de R$ 6,688 milhões. Com isso, a margem Ebitda variou, em 12 meses, de 11,6% para 14,4%.
Quarta (23/10)
Antes da abertura do mercado
WEG
A WEG divulgou na manhã de quarta-feira que encerou o terceiro trimestre do ano reportando lucro líquido de R$ 418,243 milhões, um avanço de 9,7% diante dos R$ 381,430 milhões registrados no mesmo período de 2018, e de 7,5%, diante dos R$ 389,002 milhões que foram registrados de abril a junho.
A companhia teve receita líquida sobre vendas de R$ 3,349 bilhões no período, superando em 3,5% os R$ 3,237 bilhões de um ano antes. Já o resultado das entradas no caixa da companhia no segundo trimestre foi de R$ 3,286, fazendo que os números divulgados hoje representem alta de 1,9%.
Desta forma, o Ebitda da empresa catarinense no terceiro trimestre foi de R$ 579,073 milhões, alta de 18,4% na base anual, quando foi de R$ 489,022 milhões. Já na comparação trimestral, o avanço é de 7,8%, para R$ 537,205 milhões. Assim, a margem Ebitda foi de 15,1% para 17,3% em um ano.
Projeções de analistas compiladas pela Refinitiv apontavam lucro líquido de 423,26 milhões de reais e Ebitda de 551,51 milhões de reais para a companhia catarinense. O lucro por ação ajustado pela bonificação ficou em 0,19939 real no terceiro trimestre, de 0,18187 real um ano antes.
Após o fechamento do mercado:
CSN
A CSN teve prejuízo líquido de R$ 871 milhões no terceiro trimestre, revertendo resultado positivo de R$ 752 milhões obtido um ano antes e cortou em cerca de 12% sua projeção de resultado operacional em 2019.
A empresa, que opera nos setores de siderurgia, mineração, cimento e logística, teve lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado de R$ 1,567 bilhão de julho a setembro, quedas de 4% no comparativo anual e de 34% na relação trimestral.
Com isso, a alavancagem da empresa medida pela relação dívida líquida sobre Ebitda ajustado subiu de 3,65 vezes no fim do primeiro semestre, a 3,81 vezes. Em julho, executivos da empresa estimaram que a alavancagem poderia ficar abaixo de 3 vezes ao fim deste ano.
Analistas, em média, esperavam Ebitda da CSN de 1,864 bilhão de reais, segundo dados da Refinitiv. Não ficou imediatamente claro se os números são comparáveis.
A perspectiva para o Ebitda ajustado de 2019 da CSN foi revista pela empresa de 8,5 bilhões para 7,5 bilhões de reais. Na nova projeção de Ebitda de 2019, a empresa não menciona estimativa para a alavancagem.
Localiza
A maior empresa de locação de veículos e gestão de frotas do país anunciou teve lucro líquido de R$ 204,7 milhões no período, abaixo da previsão média de analistas compilada pela Refinitiv, de R$ 235,5 milhões.
Considerados efeitos contábeis que excluem o IFRS 16, o lucro de julho a setembro, de 205,9 milhões de reais, foi 28,8% maior do que em igual período de 2018.
Já o resultado operacional da companhia medido pelo lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês), de 545,1 milhões de reais, veio acima da previsão média de analistas, de 529,9 milhões de reais.
Aplicando mesmo critério contábil de exclusão do IFRS 16, o Ebitda de 502,4 milhões de reais, foi 26,8% maior ano a ano. Um resultado ainda melhor foi impedido pelo salto de 71,8% na depreciação de carros, para 145,2 milhões de reais.
EDP Brasil
A subsidiária do grupo português EDP (ENBR3), teve lucro líquido de R$ 354 milhões no terceiro trimestre do ano, uma alta de 15,3% na comparação anual. Os números se referem a um período marcado pela conclusão da revisão tarifária das distribuidoras da companhia.
A empresa, com negócios em geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia, teve Ebitda de R$ 778,8 milhões no período, avanço de 14,6% na comparação anual, segundo balanço divulgado na noite de quarta-feira.
Os investimentos da companhia no trimestre foram de R$ 562,2 milhões, um aumento de 41,2% comparado ao ano anterior. No consolidado do ano até o terceiro trimestre, os aportes tiveram expansão de 119,3%, para R$ 1,6 bilhão.
Na área de distribuição, os investimentos somaram R$ 443,6 milhões nos primeiros nove meses de 2019, praticamente estáveis na comparação anual.
Quinta (24/10)
Após o fechamento do mercado
Vale
A mineradora reportou lucro líquido de US$ 1,654 bilhão no terceiro trimestre, alta de 17,5% ante o mesmo período do ano passado, com a forte geração de caixa da empresa permitindo redução da dívida líquida em US$ 4,4 bilhões no período.
Apesar do resultado positivo, o lucro líquido veio abaixo da expectativa de pesquisa da Refinitiv com analistas, que apontavam em média 2,7 bilhões de dólares, contando com maiores preços realizados do minério de ferro do que o reportado pela Vale.
Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado foi de US$ 4,6 bilhões, recorde para um terceiro trimestre desde 2013, registrando um aumento de 6,4% em relação ao mesmo trimestre de 2018.
Após reconhecer provisões de US$ 5,65 bilhões no primeiro semestre para indenizações e doações pela tragédia de Brumadinho (MG) que matou mais de 250 pessoas, a companhia disse que não foi necessário realizar baixas adicionais no terceiro trimestre, apenas despesas de US$ 225 milhões de dólares que não se qualificam como provisão.
A receita da mineradora no terceiro trimestre somou 10,2 bilhões de dólares, alta de 7% na comparação anual, em meio a preços mais altos do minério de ferro, principal produto da companhia.
Petrobras
A estatal encerrou o terceiro trimestre com lucro líquido de R$ 9,09 bilhões, alta de 36,8% ante o mesmo período do ano passado, apesar de uma queda nos preços do petróleo, em meio a uma redução no custo de extração do pré-sal para nível “sem precedentes”.
Contudo, houve uma queda de 51,8% no resultado líquido na comparação com o segundo trimestre, quando a empresa teve um resultado recorde.
Já o lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda) ajustado entre julho e setembro somou 32,6 bilhões de reais, alta de 9,1% em relação ao mesmo trimestre de 2018 e praticamente estável ante o segundo trimestre.
Em mensagem, o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, disse que o desempenho do terceiro trimestre “já começa a refletir a implantação de nossa estratégia voltada para a criação de valor”, que inclui foco em ativos de classe global, como a produção no pré-sal, e desinvestimentos bilionários do que não é considerado essencial.
O executivo lembrou que a companhia registrou um recorde de produção em agosto de 3 milhões de barris de óleo equivalente (boe), com um recorde diário de 3,1 milhões no mesmo mês.
Lojas Renner
A Lojas Renner (LREN3) viu seu lucro líquido cair 2,6% no terceiro trimestre, para cerca de R$ 189 milhões, com questões tributárias não recorrentes minimizando fortes receitas, com os números em linha com o esperado pelo mercado.
As vendas mesmas lojas da varejista subiram 8,3% no período, ante 6,9% no mesmo período do ano passado. A receita líquida avançou 12,9%, para 1,93 bilhão de reais, enquanto as despesas operacionais recuaram 2,3%, para 668,3 milhões.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) foi de 360,4 milhões de reais, 3,9% acima do terceiro trimestre de 2018.
A empresa não revelou números das vendas online, mas Gomes comentou que a integração de suas operações de varejo físico e eletrônico está evoluindo rápido. “Quase 30% de todas as vendas online foram retiradas em nossas lojas, o que também nos ajuda a ampliar o fluxo de clientes”, disse o executivo.
Fleury
A rede de laboratórios de medicina diagnóstica Fleury (FLRY3) encerrou o terceiro trimestre com lucro líquido de R$ 94,8 milhões, incremento de 4,9% sobre um ano antes e receita líquida 10,6% maior, para R$ 755,7 milhões. O resultado refle maior receita, mas as margens foram pressionadas por maiores despesas com expansão da rede e de custos de serviços prestados.
O resultado operacional da Fleury medido pelo lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) foi de 196,5 milhões de reais, avanço de 8,2% no comparativo anual. A margem Ebitda encolheu 0,6 ponto percentual, para 26%.
Analistas, em média, esperavam lucro líquido de 90 milhões de reais e Ebitda de 197 milhões, segundo dados da Refinitiv.
Além do aumento dos custos de serviços prestados, a despesa com depreciação subiu 17,1% ano a ano, refletindo gastos com a abertura de novas unidades de atendimento, afirmou a empresa.
Grendene
A Grendene (GRND3) reportou que encerrou o terceiro trimestre com lucro líquido de R$ 166,8 milhões, um avanço de 48,4% na comparação com o mesmo trimestre de 2018. Assim, no acumulado do ano, o resultado é de R$ 284,8 milhões, abaixo em 14,8% em relação aos 334,2 milhões dos nove primeiros meses do ano passado.
A receita líquida da companhia foi de R$ 582,2 milhões entre julho e setembro, uma leve queda de 2,8% na comparação com os R$ 599,1 milhões do mesmo intervalo do ano passado. Assim, de janeiro a setembro, as entradas totalizam 1,405 bilhão, 11,7% a menos do os R$ 1,591 bilhão de um ano antes.
No caso do Ebitda, houve uma importante melhora, indo de R$ 112,9 milhões, para R$ 175,7 milhões do mesmo trimestre de 2018, alta de 55,6%. Assim, em 12 meses, a margem Ebitda foi de 18,9% para 30,2%.
Sexta (25/10)
Antes da abertura do mercado
Ambev
A fabricante de bebidas Ambev reportou que teve um lucro líquido 9,7% menor no terceiro trimestre em relação ao mesmo período de 2018, refletindo a estagnação dos volumes após vendas mais fracas no Brasil, enquanto os custos e as despesas gerais cresceram no período.
A subsidiária brasileira da Anheuser Busch InBev lucrou R$ 2,604 bilhões entre julho e setembro, em linha com a estimativa média de analistas consultados pela Refinitiv, de R$ 2,537 bilhões.
A receita líquida trimestral da Ambev subiu 8,1% ano a ano, para 11,96 bilhões de reais, enquanto os volumes aumentaram apenas 0,8% na mesma comparação, para 37,8 milhões de hectolitros. Como resultado, a receita por hectolitro avançou 7,2%.
Ainda assim, o custo total de produtos vendidos somou R$ 5,23 bilhões, alta de 19,8% em relação ao terceiro trimestre de 2018, puxado principalmente por pressões inflacionárias na Argentina, taxa de câmbio e preços mais altos de commodities.
Usiminas
A siderúrgica e mineradora Usiminas reportou prejuízo líquido de R$ 139 milhões no terceiro trimestre, ante lucro de R$ 289 milhões no mesmo período do ano passado, registrando piora acentuada no resultado financeiro. Apesar disso, os números não foram tão ruins o quanto temia parte do mercado.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) recuou 37%, para 441 milhões de reais, enquanto a margem Ebitda ajustada recuou para 11% ante 18%.
O volume de vendas de aço no período somou 1 milhão de toneladas, queda de 7% na comparação anual, enquanto as vendas de minério de ferro atingiram 2,5 milhões de toneladas, aumento de 39%.
Os números da companhia foram afetados pelo resultado financeiro, que ficou negativo em 445 milhões de reais, uma elevação de 431% em relação ao trimestre anterior, negativo em 84 milhões de reais, principalmente devido a perdas cambiais e provisões para demandas judiciais.
A dívida bruta consolidada atingiu 5,9 bilhões de reais, uma elevação de 7,1% em relação ao segundo trimestre, principalmente pela desvalorização do real frente ao dólar em 8,7% no período, que impactou a parcela do endividamento em moeda estrangeira.