CSN será uma forte geradora de caixa para acionistas, e Credit Suisse eleva recomendação
Depois de alguns anos fora do foco dos analistas, a CSN(CSNA3) está recobrando seu prestígio, na esteira do reaquecimento do mercado de minério de ferro e das boas perspectivas para a economia brasileira.
O Credit Suisse, por exemplo, elevou o preço-alvo da siderúrgica de R$ 11,50 para R$ 19, além de promover a recomendação de neutra para outperform (desempenho esperado acima da média do mercado). O valor representa uma alta potencial de 24% sobre a cotação fechamento dos papéis no pregão de ontem (29).
Caio Ribeiro e Gabriel Galvão, que assinam o relatório obtido pelo Money Times, basearam a revisão em três fatores. O primeiro é a melhora das expectativas para o mercado de minério de ferro. O banco suíço acredita que a cotação do insumo permanecerá acima dos US$ 100 por tonelada no ano que vem.
O segundo é a recuperação mais rápida que a prevista da demanda interna por aço. Inicialmente, o Credit Suisse previa uma queda de 12% nas vendas domésticas, pressionadas pela recessão decorrente da pandemia de coronavírus. Agora, os analistas calculam uma retração bem menor – de 4% – neste ano.
O terceiro ponto é o reajuste de preços anunciado pela CSN, e que deve ser implementado até outubro.
Retorno garantido
Segundo os analistas, a soma destes fatores traria o valor da companhia para 3,9 vezes VE/Ebitda, bem inferior à sua média histórica de 6,5 a 7 vezes, e também inferior aos 6,7 vezes da Usiminas (USIM5).
O Credit Suisse acrescenta que essa mesma conjuntura contribuirá para uma redução mais rápida do endividamento da companhia. O possível IPO da CSN Mineração, a venda da SWT, siderúrgica alemã adquirida em 2012, e também a venda de sua fatia de 17% na Usiminas completam o quadro traçado pelo banco.
Tudo somado, a CSN deve se transformar numa forte geradora de caixa para os acionistas. “Vemos a CSN entregar um forte retorno de caixa de 19% em 2021”, afirmam os analistas.
A julgar pela reação das ações da siderúrgica no pregão de hoje, os investidores embarcaram no otimismo do Credit Suisse. Às 15h39, elas subiam 7,77% e eram negociadas por R$ 16,51, enquanto o Ibovespa avançava 1,37% e marcava 94.865 pontos.
Na máxima do dia, até agora, a ação chegou a R$ 16,97. Na mínima, foi cotada a R$ 15,83.