CSN: resultados trazem surpresa em siderurgia; mineração desaponta
A CSN (CSNA3) conseguiu atender as expectativas dos analistas e reportou números fortes no quarto trimestre de 2020. O desempenho das operações de siderurgia em receitas e volumes surpreendeu de forma positiva o Inter Research, enquanto o segmento de mineração, prejudicado pelas chuvas no período, ficou aquém do esperado.
“A mineração […] trouxe produção e vendas abaixo das nossas estimativas, mesmo considerando os efeitos climáticos do período, embora fortemente beneficiada pelos maiores preços do minério de ferro nos mercados internacionais”, comentou a analista Gabriela Cortez Joubert, em relatório divulgado ontem.
A CSN encerrou o quarto trimestre com lucro líquido consolidado de R$ 3,9 bilhões, mostrando um crescimento expressivo ante os resultados dos últimos três meses de 2019, quando lucrou R$ 1,2 bilhão.
A receita líquida totalizou R$ 9,8 bilhões, o que corresponde a um aumento de 12% no comparativo anual. Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado atingiu R$ 4,738 bilhões.
A produção de placas somou 898 mil toneladas no período. As vendas de aço chegaram a 1,2 milhão de toneladas, o que contribuiu para que a receita do segmento atingisse R$ 5 bilhões.
A produção de minério de ferro totalizou 7,8 milhões de toneladas, enquanto as vendas da commodity fecharam em 8,6 milhões de toneladas.
O Inter Research manteve a recomendação de compra e o preço-alvo de R$ 36 para a ação. O time de análise está revisando a tese de investimento da companhia, uma vez que suas projeções não incluem as estimativas com a CSN Mineração no cenário pós-IPO.
2021
A Planner destacou a excelente performance que a CSN vem apresentando nos últimos trimestres, tanto em lucro quanto em expansão de geração de caixa. Segundo a corretora, em um cenário de alta expressiva nos preços do aço, elevadas cotações do minério de ferro e demanda aquecida no mercado interno, a CSN tem tudo para seguir entregando resultados cada vez melhores neste ano.
A Planner ainda disse que a CSN “está conseguindo algo que sempre prometeu”: desalavancagem financeira.
“A relação dívida líquida/Ebitda caiu de 3,8 vezes em dezembro/19 para 2,2 vezes ao final de 2020, e a diretoria comunicou que estima a redução para 1 vez no quarto trimestre de 2021”, comentou Luiz Francisco Caetano, autor do relatório divulgado pela Planner nesta quarta-feira.
A corretora planeja atualizar suas projeções. Por ora, sua recomendação para o papel é de compra, com preço-justo de R$ 44.