CSN Mineração (CMIN3) é a mineradora de ferro mais cara do mundo, diz BTG
O BTG continua pessimista com os preços do minério de ferro e, por tabela, com as ações na bolsa. O banco não possui recomendação de compra para nenhum papel no setor.
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Segundo os analistas Leonardo Correa, Marcelo Arazi Bruno Lima, a Vale (VALE3) é negociada a 4,3x Ebitda (resultado operacional) para 2025, com rendimentos de dividendos de 6-7% e riscos consideráveis de revisões negativas de lucro ante o consenso.
E mais do que isso, o trio também diz que a CSN Mineração (CMIN3) continua sendo a mineradora de ferro mais cara do mundo, negociada acima de 8x Ebitda 2025, mesmo com a queda da ação. A recomendação para o papel é neutra, com preço-alvo de R$ 6,50.
No ano, o CMIN3 acumula queda de quase 16%. Nesta quarta-feira (18), os papéis encerraram com baixa de 8,26%, a R$ 6,33, enquanto os preços futuro do minério de ferro registraram sua maior queda diária em quase dois anos.
O contrato mais negociado da commodity no mercado futuro da Dalian Commodity Exchange, na China, fechou em queda de 4,12%, a US$ 95,15.
Para os analistas, os fundamentos da commodity permanecem fracos, sem nenhum sinal no radar indicando uma reversão de tendência.
A produção de aço está notavelmente deprimida (a produção de aço bruto em agosto caiu 10%, bem abaixo das expectativas), e o consumo aparente de aço está caindo 4% no acumulado do ano.
“O mercado imobiliário continua a ser um obstáculo à demanda global, com o investimento em ativo fixo no setor imobiliário caindo 10% no acumulado do ano e os decisores políticos até agora incapazes de estabilizar o setor (os preços dos imóveis já estão 5,5% menores em termos anuais)”, destaca.
O setor imobiliário, especialmente o chinês, é um dos grandes responsáveis por alimentar a demanda por minério.
Por outro lado, os analistas dizem que a oferta no mercado marítimo permanece robusta, com a Austrália e o Brasil superando as expectativas.
Na semana passada, a Vale aumentou a expectativa de produção de 323 milhões a 330 milhões de toneladas, ante faixa de 310 milhões a 320 milhões de toneladas estimadas anteriormente. É a primeira vez em anos que isso ocorre.
“Enquanto isso, as siderúrgicas na China estão operando com prejuízos relevantes e os estoques nos portos chineses estão elevados — um aumento de ~40 no acumulado do ano pode prejudicar o processo de reestocagem no curto prazo”, discorre.
Pelos cálculos do BTG, o minério de ferro deverá ficar na faixa de US$ 95/t e US$ 85/t, respectivamente, mas há riscos de redução.
“A questão principal agora reside nos cortes de capacidade em um mercado com excesso de oferta, levantando questões sobre quem sairá do mercado”.
Por outro lado, o custo marginal de produção atual está em torno de US$ 85/t (vs o preço spot de US$ 92/t).