CSN Mineração (CMIN3): 4T21 foi fraco, mas ação ainda vale a pena, defendem analistas
A CSN Mineração (CMIN3) divulgou na noite de quarta-feira (10) seus resultados do quarto trimestre de 2021.
A empresa registrou lucro líquido de R$ 704 milhões, uma queda de 47,6% na comparação com o mesmo período de 2020.
Isso aconteceu principalmente por conta de uma piora operacional verificada no período. O Ebitda ajustado, que mede o resultado operacional, foi de R$ 850 milhões, tombo de 73,2%.
Os resultados vieram abaixo do que o mercado esperava.
Recomendação mantida
Andre Vidal, Victor Burke e Thales Carmo, da XP, veem os números como negativos, devido aos menores volumes e aumento nos custos.
Ainda assim, eles reiteram a recomendação de compra com preço alvo de R$ 7,80/ação, levando em conta a expectativa de crescimento da empresa e o valuation atrativo.
Já o relatório da Genial Investimentos, assinado pelo analista Gabriel Tinem, lista quais foram os principais pontos positivos e negativos nos números apresentados pela companhia.
Entre os fatores positivos estão o lucro de R$ 704 milhões acima do esperado (+21,2% frente às estimativas da corretora), marcado por benefícios fiscais, o baixo nível de endividamento (com Dívida Líquida/Ebitda = -0,59x) e o aumento com gastos de investimentos alcançando R$ 392 milhões, em linha com o planejamento de expansão de capacidade produtiva.
Por outro lado, Tinem destaca a menor produção agravada pelas chuvas, manutenções e menor compra de terceiros, além de um menor volume de vendas, em virtude da parada programada no porto Tecar e o alto nível de umidade no período, preços relativamente mais baixos em comparação ao primeiro semestre de 2021, fluxo de caixa impactado negativamente pelos aumentos de investimentos e maiores gastos com capital de giro e maiores gastos com pessoal.
Ainda assim, o analista da Genial destacou o potencial do papel. “De forma geral, vale lembrar que a tese da empresa gira em torno das grandes pretensões em expandir sua capacidade produtiva, sobretudo a partir de projetos de beneficiamento de itabirito, indo de 33 Mtpa atualmente para 108 Mtpa em 2033”, diz.
Os analistas Thiago Lofiego, do Bradesco BBI, e José Cataldo, da Ágora Investimentos, abriram o relatório divulgado nesta quinta-feira (10) destacando os números fracos da companhia.
No entanto, a recomendação de compra segue mantida. Ainda assim, os especialistas pontuam que é preferível a exposição ao minério de ferro por meio da Vale (VALE3).
O preço de venda do minério foi destaque negativo, com preços em US$ 55/tonelada contra estimativa do BBI de US$ 66 e um desconto de 50% em relação ao preço de referência do minério de ferro.
“Embora os resultados tenham sido realmente fracos, eles não refletem a taxa de execução do Ebitda da CMIN, pois os ajustes provisórios de preços continuaram a levar a um menor preço de venda, uma tendência que pode se reverter nos próximos trimestres, pois os preços do minério de ferro se recuperaram fortemente (e devem permanecer em níveis saudáveis nos próximos meses)”.
Pelas estimativas do BBI atuais para 2022 (US$ 100/t preço do minério de ferro versus spot em US$ 158), a CMIN é negociada a 5x EV/EBITDA (valor da empresa sobre Ebitda) para 2022, com um dividend yield (rendimento do dividendo) de 10%.
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