CSN (CSNA3) projeta aumento no consumo de aço em 2025; quais as previsões para o próximo ano?
A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) prevê que o consumo de aço cresça 3,5% no Brasil, em 2025, chegando em 26,9 milhões de toneladas. A afirmação ocorreu durante o CMIN Day, evento promovido pela empresa nesta quarta-feira (11).
Além disso, o vice-presidente comercial da companhia, Luiz Fernando Martinez, afirmou que a CSN espera um Ebidta adicional em siderurgia de R$ 927 milhões em 2026. De acordo com ele, os projetos de ganho de eficiência na usina de Volta Redonda (RJ) sustentam a projeção, com um investimento de R$ 1 bilhão.
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Com isso, a expectativa é de que o consumo de aços planos no Brasil suba para 16 milhões de toneladas em 2025. Em comparação, neste ano o consumo estimado é de 15,5 milhões, representando um aumento de 3,22%.
Já para o segmento de longos, a CSN espera um crescimento para 10,9 milhões de toneladas no próximo ano, ante 10,5 milhões em 2024.
As ações da CSNA3 fecharam em queda de 1,11% nesta quarta, e acumulam uma baixa de 36% no ano.
Perspectivas da CSN para 2025
Para 2025, Benjamin Steinbruch, CEO da empresa, afirmou que a CSN focará em uma gestão e um crescimento mais conservador. Segundo ele, o objetivo é saber como crescer em um cenário econômico mais inflacionado e com menos consumo.
Steinbruch declarou que, apesar dos desafios, “acredito na competência e na potência da CSN”. Além disso, um dos grandes fatores para o próximo ano é se adaptar aos estímulos do governo da China para fomentar o consumo interno.
Além disso, pela manhã, a companhia já havia anunciado mudanças nas projeções de investimentos para 2025, com o aumento do capex (investimentos) para alguns segmentos e a redução para outros.
O plano de expansão na mineração, correspondente à fase 1 do projeto de aumento da capacidade de produção de minério de ferro, recebeu uma redução no investimento. O capex para o setor reduziu de R$ 15,3 bilhões, no período de 2023 a 2028, para R$ 13,2 bilhões, entre 2025 e 2030.
Já no setor siderúrgico, o aporte previsto sofreu uma leve elevação, passando de R$ 7,9 bilhões para R$ 8 bilhões até 2028. A CSN informou que o investimento será direcionado à modernização do parque industrial, que possui potencial de gerar um Ebitda incremental de até R$ 2,8 bilhões até 2030.
A CSN Mineração (CMIN3) planeja uma expansão na produção de minério de ferro nos próximos anos. A meta é alcançar um volume total, incluindo compras de minério de terceiros, entre 60 e 65 milhões de toneladas (Mton) até 2030. Para 2025, a previsão é de atingir entre 42 e 43,5 milhões de toneladas.
No segmento de cimentos, outra frente estratégica da empresa, a projeção para o volume de vendas em 2024 é de 14 milhões de toneladas.
Operação de cimentos cresce acima da inflação
Durante o evento desta quarta, o diretor-presidente de operações de cimentos da CSN, Edvaldo Rabelo, informou aos acionistas que a operação apresentou um desempenho positivo, com crescimento anual acima da inflação nos últimos sete anos.
“Temos uma plataforma com abrangência nacional, fortalecida, obviamente, pelas aquisições recentes, que ampliaram nosso número de fábricas, a base de clientes e os centros de distribuição (CDs)”, afirmou.
De acordo com Rabelo, enquanto o mercado de cimentos subiu 3% ao ano, nos últimos sete anos, a CSN Cimentos registrou um crescimento anual médio de 26% no período. Além disso, o diretor reiterou que a demanda pela commodity apresenta um crescimento estabilizado.
Fatores como a retomada do mercado imobiliário e programas habitacionais, como o Minha Casa, Minha Vida, ajudaram a impulsionar a demanda.
Apesar disso, Rabelo destacou que o setor enfrenta desafios com o aumento dos custos de produção, como energia elétrica e transporte, além da inflação elevada nos materiais de construção. No entanto, as perspectivas permanecem positivas para os próximos anos, com a recuperação gradual da economia e com estímulos governamentais.