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CSN (CSNA3): Saiba por que os números foram decepcionantes (e o que fazer com o papel)

10 mar 2022, 17:12 - atualizado em 10 mar 2022, 18:21
CSN
CSN: Bom momento de comprar o papel? Resultados decepcionaram, mas analistas veem melhora para os próximos trimestre (Imagem: CSN/YouTube)

Os resultados do quarto trimestre de 2021 da CSN (CSNA3) não foram bem recebidos pelo mercado, que viram fraqueza por parte da companhia em algumas linhas.

As ações chegaram a cair 5,33%, a R$ 26,48, porém amenizaram a queda ao longo do dia.

A companhia reportou lucro de R$ 1,06 bilhão nos últimos três meses do ano passado, 55,6% abaixo das estimativas da Genial Investimentos.

O Ebitda, que mede o resultado operacional, de R$ 3,7 bilhões ficou 8% menor do que o esperado pelo BTG Pactual, que classificou os números como “decepcionantes”.

Já na parte dos custos, lembra a Genial, todos os segmentos foram fortemente afetados pelos preços das commodities, com carvão em níveis altíssimos, além da crise energética do ano passado e do aumento dos preços do petróleo aumentando os custos de transporte.

Mineração da CSN 

Para os analistas Leonardo Correa, Caio Greiner e Bruno Lima, que assinam o relatório do BTG, o principal fator que pesou contra a CSN foram números fracos da divisão de minério de ferro, 30% abaixo do esperado.

Na visão do Bradesco BBI, os resultados do segmento vieram piores do que o esperado por conta dos preços de venda, “mais uma vez devido a impactos negativos acima do esperado de mecanismos de preços provisórios e descontos”.

Já os volumes de mineração caíram 6%, enquanto a receita dessa linha totalizou R$ 2,4 bilhões (queda de 14% no trimestre).

Os embarques de minério de ferro encolheram 6% no trimestre, para 7,7 milhões de toneladas, devido às fortes chuvas que prejudicaram a produção em outubro, bem como paradas programadas para manutenção.

Outras linhas permanecem saudáveis

Apesar da piora, os resultados de cimento permaneceram saudáveis, com volume de vendas 9% acima no trimestre (reforçados pela aquisição da Elizabeth) e custos abaixo do esperado.

Já a unidade siderúrgica da CSN continua apresentando uma lucratividade saudável (margem Ebitda de 33%) e conseguiu gerar algum fluxo de caixa no trimestre (em contraste, a CMIN gerou fluxo de caixa negativo), observa o BTG.

O Itaú BBA destaca que as receitas de siderurgia atingiram R$ 7,6 bilhões no quarto trimestre, estável em relação ao trimestre anterior.

O que fazer com o papel da CSN?

Para o Bradesco BBI, embora provavelmente a CSN tenha deixado os picos de lucro para trás, “continuamos esperando que a empresa gere resultados sólidos nas divisões de aço e minério de ferro, apoiados por preços saudáveis de commodities”.

“O preço das ações já incorpora uma deterioração significativa nos fundamentos”, diz.

O BBI calcula que a ação esteja negociando a 3,6 vezes o EV/Ebitda (valor da firma sobre resultado operacional), “abaixo dos 5x que consideramos justo”.

“Neste ponto, preferimos CSNA3 vs CMIN3, dado o gap de avaliação e resultados mais robustos no nível da controladora”, completa.

Segundo o BTG, ambas as empresas continuam com balanços sólidos (holding abaixo de 1x) e devem ser ajudadas pela melhoria dos fundamentos nos principais mercados em 2022, “o que é tranquilizador”.

Já a Genial tem uma visão mais negativa e mantém a recomendação neutra para o papel.

Na visão da Ativa Investimentos, com um resultado financeiro pior que o esperado, o lucro líquido apurado foi inferior às expectativas, “o que, no entanto, não altera nossa visão neutra de seus resultados, sobretudo diante da complexidade operacional enfrentada neste quarto trimestre”.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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