CSN (CSNA3) ou CSN Mineração (CMIN3)? Banco tem nova preferência; confira
Contrariando a dinâmica atual do mercado de minério de ferro e aço, o Itaú BBA trocou a preferência e favorece agora a CSN (CSNA3) sobre a CSN Mineração (CMIN3).
Apesar de um cenário melhor para os preços do minério de ferro e da dinâmica ainda desafiadora para a indústria do aço brasileiro, analistas da instituição elevaram a recomendação de CSN a “market perform” (desempenho esperado em linha com a média do mercado, equivalente a “neutro”), bem como o preço-alvo para 2024 de R$ 11 a R$ 20.
De acordo com o BBA, a troca de preferência é baseada principalmente em termos de valuation.
Isso porque a CSN Mineração segue com recomendação de market perform, com novo preço-alvo de R$ 7,40.
O BBA não está tão otimista com os dois nomes porque enxerga múltiplos pouco interessantes para ambos, e considerando ainda o rali desde outubro, com as ações de holding e controlada avançando mais de 50% cada.
O banco projeta uma geração de fluxo de caixa livre mais fraca daqui para frente, ao mesmo tempo que espera que a alavancagem continue sendo um ponto-chave para o mercado monitorar, considerando o capex pesado esperado para os projetos de expansão em mineração nos próximos anos.
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O que explica então o upgrade de CSNA3?
A atualização de recomendação da CSN chega com o aumento das estimativas para o Ebitda em 2024, a ~R$ 12,8 bilhões, ante previsão do modelo anterior de aproximadamente de R$ 9,7 bilhões.
O aumento da linha reflete resultados melhores que o esperado para as divisões de mineração e aço.
A instituição espera que os resultados da unidade de siderurgia da CSN apresente resultados melhores no comparativo anual, principalmente pela normalização das taxas de operação após a produção de aço em 2023 ficar restrita por conta de paradas de manutenção não programadas e pela normalização dos níveis de importação de aço.
A CSN, no evento mais recente com analistas e investidores, disse que está focada em melhorar as margens da divisão de aço e aumentar os volumes de vendas. Para isso, a companhia elevou o guidance consolidado do capex a R$ 6-7 bilhões ao ano em 2025-28.
O BBA destaca ainda o fato de outros negócios da holding estarem crescendo em termos de participação nos números consolidados.
“Esperamos que outros negócios da CSN (energia, logística e cimentos) gerem 15-20% do Ebitda consolidado em 2024 (vs. ~10% historicamente), ainda se beneficiando de sinergias capturas com a integração de ativos da LafargeHolcim, que podem chegara R$ 500 milhões m 2024″, afirma.
CSNA3 vs. CMIN3
Segundo o BBA, o desconto de holding da CSN está atualmente em 31%, patamar mais alto que o desconto histórico para as holding brasileiras, de 15,20%. Isso pode ser considerado um motivo para a mudança de favoritismo.
A CSN também mostra um desconto de 25% de capitalização de mercado para sua própria fatia na CSN Mineração, comparado com um prêmio médio de 19% nos últimos três anos.
“Adicionalmente, vemos a CSN Mineração negociando a 5 vezes EV/Ebitda (Valor da Empresa/Ebitda) para 2024, o que parece alto comparado com os níveis históricos (~4 vezes), enquanto a CSN é negociada a um múltiplo de 4,4 vezes, o que parece justo comparado com o histórico”, comentam os analistas do BBA.