Impeachment

Crivella diz que não errou ao fazer reunião com fiéis no Palácio da Cidade

27 jul 2018, 13:49 - atualizado em 27 jul 2018, 13:52

O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, disse hoje (27) que não errou ao realizar a reunião no Palácio da Cidade com lideranças religiosas, em que ofereceu cirurgias e facilidade para o pagamento de IPTU das igrejas. Crivella afirmou que, ainda que tivesse errado, deveria ser perdoado diante da importância de evitar que idosos fiquem cegos — referindo-se às cirurgias de catarata que ofereceu durante o encontro.

“Mesmo se tivesse cometido [um erro], o que não foi, quem tem coração, quem não está movido por interesses escusos, quem não está movido pelas próprias ambições, relevaria”, disse Crivella, durante evento de entrega de obras na Vila Kennedy.

Segundo o prefeito, seu encontro com lideranças de igrejas evangélicas não foi secreto e que não considera problema anunciar na rede pública de saúde mutirões que a prefeitura está promovendo. Crivella também disse que nunca pediu para burlarem o sistema de saúde para privilegiar pessoas nas filas das cirurgias. “Eu não tenho nenhuma senha ou possibilidade de fazê-lo. O Sisreg (Sistema Nacional de Regulação) é federal”, ressaltou.

Impeachment

No último dia 4, Marcelo Crivella fez um encontro no Palácio da Cidade com mais de 250 pessoas. Segundo gravações divulgadas na imprensa, o prefeito do Rio afirmou que poderia resolver problemas dos fiéis, como agilizar o acesso a cirurgias de catarata, varizes e vasectomia.

O prefeito foi acusado de oferecer supostas vantagens aos fiéis da Igreja Universal, da qual é pastor licenciado, durante uma reunião, no Palácio da Cidade, e até mesmo dois pedidos de impeachment contra o político foram protocolados.

No entanto, a Câmara Municipal do Rio de Janeiro rejeitou, por 29 votos a 16, o pedido de abertura de impeachment pelos crimes de responsabilidade e improbidade administrativa de Crivella.

O Ministério Público também entrou com ação de improbidade administrativa contra o prefeito carioca. A Justiça do Rio determinou que o prefeito pare de utilizar a máquina pública para interesses pessoais ou de grupos religiosos. Caso descumpra a decisão, Crivella poderá ser afastado do cargo até o julgamento do mérito.

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