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Críticas russa e chinesa por contaminação na soja e carnes “são hipóteses com probabilidades reais”

19 abr 2021, 12:28 - atualizado em 19 abr 2021, 13:14
Agronegócio-Agrotóxico
Russos acusam uso excessivo de agrotóxico proibido na soja (Imagem: Divulgação/Prefeitura de Uberaba-MG)

As reclamações russas e chinesas quanto a possíveis contaminações da soja, por glifosato, e das carnes brasileiras, pelo vírus Sars-CoV-2, “são duas hipóteses com probabilidades reais de ocorrências insignificantes”.

A opinião é de um ex-secretário de Defesa Agropecuária (SDA), sob anonimato, que lembra, ainda, que no caso específico do grão as acusações da autoridade sanitária da Rússia devem ser mais real.

“Não é a primeira vez, nem será a última”.

Comprovadamente, o Brasil utiliza nas lavouras o glifosato, princípio ativo banido em muitos mercados.

Em relação ao coronavírus que teria sido detectado em embalagens de carnes pela China também há os mesmos precedentes de 2020, porém a negativa não é só por parte do Brasil, mas de vários outros fornecedores, respaldados pela possibilidade quase zero de presença já manifestada pela Organização Mundial de Saúde.

As acusações de ambos importadores foram relatadas em despachos das embaixadas ao Itamaraty e confirmadas pelo Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

A Rússia, quinto maior comprador global de soja brasileira, tem um grau de tolerância de contaminação por glifosato entre os mais rígidos.

Para o antigo dirigente da SDA, também pode estar ocorrendo alguma “questão comercial, tipo mercados comprados com estoques altos”, o que essa situação poderia suscitar alguma intenção de rompimento de contratos. “Só é possível quebrar contratos  por descumprimento de especificações oficiais”, acrescenta.

Lembrando, por exemplo, o caso da carne suína, que durante dois anos, até 2019, o Brasil teve acesso bloqueado na Rússia, até então maior importador, por reclamações sobre o uso da ractopamina na ração dos animais.