Crise? Que crise? Setor de alimentos na Bolsa está bombando
A pandemia de covid-19 trouxe impactos consideráveis na receita de muitas empresas. As companhias do setor de alimentos, no entanto, parecem ser uma exceção. O BTG Pactual (BPAC11) estima que elas entregarão no segundo trimestre uma média de crescimento da receita líquida de 33% na comparação ano a ano.
O avanço, explicou o banco, é apoiado na exposição limitada ao consumo fora de casa, na demanda resiliente tipicamente associada a produtos alimentícios básicos e em uma moeda real muito mais fraca beneficiando as receitas internacionais.
“Os players de proteínas devem liderar o caminho, especialmente JBS (JBSS3) e Marfrig (MRFG3), que estão expostas à alta do mercado de carne bovina nos Estados Unidos“, afirmaram os analistas Thiago Duarte e Henrique Brustolin. Para eles, Minerva (BEEF3) também pode se beneficiar da demanda da China, enquanto os números da BRF (BRFS3) projetarão a queda do consumo de frango.
Estrelas da temporada
Os analistas esperam um trimestre recorde por parte da JBS, tendo em vista a recuperação da carne bovina no mercado norte-americano e as margens fortes do segmento de carne de porco.
“Também esperamos que a carne bovina no Brasil poste uma margem Ebitda sólida de um dígito, beneficiada pelo câmbio e pela demanda internacional, enquanto a Seara deve desacelerar sequencialmente em aves, mas ainda entregará bons resultados”, acrescentaram Duarte e Brustolin.
Exposta aos ciclos de proteína, a Marfrig está posicionada para apresentar uma das melhores performances no trimestre. Para o BTG, a atenção deve recair sobre o fluxo de caixa livre e a desalavangem, que devem comportar os resultados recordes da empresa.
M. Dias Branco
Os resultados da M. Dias Branco (MDIA3) estão previstos para sair dia 7 de agosto. A expectativa do banco é de que a companhia dê continuidade às melhorias operacionais entregues nos últimos trimestres.
O aumento do consumo dentro de casa, aliado à ajuda financeira dada pelo governo, deve acelerar os volumes, com os números consolidados subindo 13% no comparativo anual.
O BTG estima que as vendas do período tenham alcançado R$ 1,8 bilhão, o Ebitda R$ 256 milhões e o lucro líquido R$ 169 milhões.
“A principal questão está em como os volumes vão se portar assim que o apoio do governo e o distanciamento social caírem, e o que a recessão econômica iminente e o aumento dos custos de trigo significarão em termos de preço e margem”, afirmaram Duarte e Brustolin.
Recomendações
O banco tem recomendação de compra para a JBS, top pick do setor, e a Minerva.
A recomendação para os papéis da BRF, Marfrig e M. Dias Branco permanece neutra.