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Crise imobiliária na China: O fantasma da Evergrande voltará a assustar o mundo?

15 jul 2022, 13:10 - atualizado em 15 jul 2022, 13:27
China mapa
China volta a preocupar: mutuários suspendem pagamento de hipotecas em protesto a atraso nas entregas de imóveis (Imagem: Crypto Times)

Uma nova fase da crise imobiliária na China ganha força. Meses após o susto com a dívida da Evergrande, o mercado financeiro monitora a crescente inadimplência de hipotecas.  

Será que, desta vez, os investidores estão certos em antecipar um “momento Lehman”, tal qual ocorreu com o Lehman Brothers em 2008, dando início à crise global? 

A economista-chefe para a China do ING, Iris Pang, avalia que o governo chinês conseguirá resolver rapidamente a questão, evitando um risco ao sentimento do mercado financeiro.

Em relatório, ela lembra que, até o momento, alguns bancos informaram que essas inadimplências são controláveis e que essas hipotecas são pequenas em relação às carteiras. 

Mas não é bem assim.

É crescente o número de pessoas que está se recusando a pagar suas hipotecas em novos empreendimentos que pararam as obras,  diante da expectativa de que os imóveis não serão entregues.

Esses boicotes de hipotecas se espalharam rapidamente no país, afetando mais de 235 projetos em 24 províncias.

“Compradores de casas em toda a China estão se unindo para pausar os pagamentos de hipotecas em resposta aos atrasos na construção de apartamentos pré-vendidos”, comenta o economista sênior para a China da Capital Economics, Julian Evans-Pritchard, em relatório.

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China viverá crise do subprime?

O noticiário mais recente mostra que os problemas no setor imobiliário chinês continuam. “Isso aumenta as preocupações de que a crise imobiliária possa se espalhar para o setor financeiro da China”, avalia o estrategista sênior de macro do Rabobank, Bas van Geffen, também em relatório.

Tal perspectiva leva em conta a trajetória de queda dos preços dos imóveis, os desafios de liquidez no mercado e as dificuldades das construtoras para pagamento de dívidas.

Nem mesmo os esforços do governo chinês para estabilizar o setor imobiliário têm surtido efeito. 

“Os planos de Pequim de antecipar recursos para projetos em infraestrutura servem apenas para compensar a queda na receita dos governos locais com a venda de terras”, diz o BCA Research. 

Dados mostram que as vendas de terrenos caíram cerca de 30% no acumulado dos seis primeiros meses deste ano. Há pouca esperança de que recuperação neste segundo semestre. Portanto, não haverá novos investimentos.

Além disso, a onda crescente de inadimplência das hipotecas pode afetar as decisões de novos compradores. 

“As pessoas podem estar mais dispostas em comprar de incorporadoras que tenham fluxos de caixa saudáveis ​​para concluir projetos”, observa Pang, do ING. 

Isso pode criar um ciclo vicioso, com as empresas do setor não conseguindo vender casas suficientes para pagar dívidas e tendo ainda mais dificuldade com os fluxos de caixa.

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