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Crise hídrica: risco de apagão é até 5 vezes maior que o de racionamento neste ano

07 jul 2021, 16:26 - atualizado em 07 jul 2021, 16:26
Críse hídrica
Seca: baixo nível de reservatórios de hidrelétricas preocupa (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

É muito mais provável que os brasileiros tenham de conviver com apagões do que com o racionamento de energia elétrica neste ano, devido ao baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas.

A consultoria PSR, especializada nos setores elétrico e de gás natural, estima que o risco de blecautes pode até 5 vezes maior que o de racionamento. Os dados foram passados pelo seu CEO, Luiz Augusto Barroso, aos analistas João Pimentel e Gisele Gushiken, do BTG Pactual.

No relatório que assinam sobre a conversa com Barroso, os analistas informam que a PSR projeta traçou três cenários para 2021, baseado em projeções de 3%, 6% e 9% para o crescimento da demanda de energia sobre o ano passado.

No melhor cenário, em que o governo implante todas as medidas necessárias para mitigar a crise hídrica, as chances de um racionamento de energia ocorrer variam de 1%, caso a demanda por eletricidade cresça 3%, a 2,9%, se o consumo subir 9%.

Risco nas mãos do governo

Neste mesmo cenário ótimo, contudo, as probabilidades de apagões variam de 5,1% a 8%, caso o consumo cresça 3% e 9%, respectivamente. Assim, a maior diferença ocorre quando a demanda sobe 3%, e o risco de blecaute é 5,1 vezes maior que o de racionamento.

“Este risco [de apagões] pode ser mitigado por um programa voluntário que seria implementado pelo governo para encorajar os clientes industriais a remanejar a produção para fora dos horários de pico [de consumo de energia]”, afirmam os analistas do BTG.

A grande aposta do banco e da PSR é que a Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética (Creg), criada pela Medida Provisória 1055/21 e composta por representantes de diversos ministérios, adote medidas efetivas para amenizar o impacto da escassez de água sobre a geração de eletricidade.

Segundo o estudo da PSR divulgado pelo BTG, caso essa câmara fracasse, as chances de racionamento disparam para a faixa de 13,7% a 28,5%. “A Creg é um elemento-chave para encaminhar a crise hídrica”, afirma o banco.

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