Estados

Crise dos estados é mais grave que a da União, afirma diretor da Instituição Fiscal Independente

13 mar 2017, 22:09 - atualizado em 05 nov 2017, 14:06

Felipe Salto

O diretor-executivo da Instituição Fiscal Independente (IFI), Felipe Salto, afirmou que a crise dos estados é mais grave do que a da União, visto que eles têm menos instrumentos para lidar com os efeitos da recessão econômica.

O tema foi abordado em reunião nesta segunda-feira (13), com a participação de economistas da iniciativa privada e do setor público. Na ocasião, foram apresentados aos profissionais detalhes do segundo Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF), produzido pelos analistas da IFI.

Felipe Salto destacou que o excesso de operações de crédito e o crescimento desordenado de despesas com pessoal nos últimos anos contribuíram para agravar a situação. Ele voltou a defender a aprovação do Regime de Recuperação Fiscal proposto pelo governo federal, em tramitação na Câmara (PLP 343/2017).

Independência

O papel da IFI foi elogiado pelos economistas. Na abertura da reunião, o diretor da Escola de Economia em São Paulo (EESP) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Yoshiaki Nakano, lembrou que todo país cuja política econômica funciona de maneira correta tem um órgão fiscal independente.

– A política fiscal sempre foi um problema para o Brasil. Sejam de esquerda ou de direita, governantes brasileiros tendem a achar que o governo pode tudo e tem recursos ilimitados – acrescentou.

Ao reforçar a importância da IFI, ele disse que o órgão está no caminho certo, produzindo conhecimento com credibilidade.

Felipe Salto observou que, se a IFI não incomodar, gerando debates e discussões de alto nível, não estará fazendo seu papel. O economista garantiu também aos participantes da reunião que nenhuma coloração partidária afetará o andamento dos trabalhos da instituição, que tem no mandato fixo de seu dirigente uma garantia importante.

A IFI

A Instituição Fiscal Independente foi criada pela Resolução 42/2016 do Senado, quando Renan Calheiros (PMDB) presidia a Casa, a partir de um projeto do senador José Serra (PSDB-SP).

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