Saúde

Crise de confiança pós-pandemia será desafio para setor de saúde, diz Swiss Re

17 jun 2022, 14:45 - atualizado em 17 jun 2022, 14:45
A crise de confiança pós-Covid é um dos 14 riscos emergentes da última edição do relatório SONAR da resseguradora, que inclui também ameaças tecnológicas, econômicas e ambientais (Imagem: REUTERS/Maxim Shemetov)

A redução da confiança nos serviços públicos de saúde provocada pela pandemia da Covid-19 poderá criar problemas duradouros para o setor, incluindo para seguradoras, afirmou a resseguradora suíça Swiss Re em relatório anual sobre riscos emergentes.

Citando indicadores mostrando que a confiança das pessoas no setor de saúde e nos governos globalmente caiu para recordes de baixa em 2021, a companhia afirmou que a descrença nas autoridades de saúde pública e profissionais do setor fomenta comportamento prejudicial e aumenta o risco de doenças e mortalidade, especialmente em futuras crises de saúde.

“Se as pessoas recusarem o tratamento, evitando medidas preventivas ou recorrendo a alternativas duvidosas, pode haver consequências nas doenças”, afirmou a Swiss Re. “Além disso, com mais casos extremos em tratamento, a mortalidade pode aumentar.”

A crise de confiança pós-Covid é um dos 14 riscos emergentes da última edição do relatório SONAR da resseguradora, que inclui também ameaças tecnológicas, econômicas e ambientais.

O documento cita, por exemplo, que o conflito RússiaUcrânia deteriorou ainda mais o horizonte macroeconômico, elevando os preços de matérias-primas e acentuando as interrupções na cadeia de suprimentos.

Entre as muitas consequências possíveis desse cenário, a empresa citou a reação de empresas para reduzir custos, tais como as construtoras, uma das mais afetadas por aumento de preços de produtos como aço e derivados de petróleo, o que concorreria para piorar a qualidade das construções.

“Isso pode levar a mais pedidos de indenização patrimonial e profissional”, projetou a Swiss Re.

A resseguradora citou ainda riscos associados a inovações tecnológicas, como a das criptomoedas e da computação quântica, dados os efeitos potenciais cada vez mais danosos de ataques cibernéticos.

“A computação quântica, antes de uma oportunidade, é uma ameaça”, afirma o documento.

No caso das moedas digitais, a resseguradora afirmou que, devido ao alto consumo de energia e recursos necessários para a infraestrutura de servidores, as seguradoras podem relutar em fornecer cobertura. Elas também precisariam de se distanciarem de atividades ilegais associadas a ativos criptográficos.

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