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Crise acelerou digitalização financeira em 5 anos, dizem CEOs do Itaú, Bradesco e Santander

22 abr 2020, 15:28 - atualizado em 22 abr 2020, 15:28
Bradesco BBDC4
Os bancos chegaram à conclusão de que as instituições financeiras são uma parte determinante para combater os impactos da covid-19 na economia e precisam atuar em conjunto com o setor público (Imagem: Money Times/Gustavo Kahil)

Está cada vez mais claro que a crise do coronavírus forçou a mudança dos hábitos dos consumidores. Em uma videoconferência realizada pelo Credit Suisse, os CEOs dos três principais bancos privados do país, Itaú Unibanco (ITUB4), Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11), afirmaram que o uso de canais digitais cresceu significativamente durante a pandemia, chegando a acelerar a digitalização financeira em cinco anos.

Os executivos analisaram o panorama atual e o papel do setor bancário dentro deste cenário, chegando à conclusão de que, diferentemente das crises anteriores, as instituições financeiras são uma parte determinante para combater os impactos da covid-19 na economia e precisam atuar em conjunto com a esfera pública.

“As medidas adotadas pelo Banco Central do Brasil, dentre outras ações legislativas, têm sido importantes para mitigar os impactos da crise. Mas, dependendo da extensão da quarentena, uma expansão do programa de suporte de dívida provavelmente seria necessária”, afirmaram Marcelo Telles e Otavio Tanganelli, analistas que assinam o relatório divulgado pelo banco.

O nível de endividamento das empresas, principalmente as de menor porte, crescerá significativamente depois que a pandemia passar. O processo de desalavancagem pode durar entre dois e três anos, e os bancos terão um papel importante no período, renegociando dívidas e estendendo termos de empréstimo.

O processo de desalavancagem pode durar entre dois e três anos, e os bancos terão um papel importante no período, renegociando dívidas e estendendo termos de empréstimo (Imagem: Reuters/Sergio Moraes)

“O grande setor corporativo brasileiro está saudável e com maior capacidade de sustentar os efeitos da crise no curto prazo em comparação com 2015-16”, analisou o Credit. “As companhias têm fortalecido seus balanços patrimoniais nos últimos 18 meses, e as taxas de juros historicamente baixas devem ajudá-las a navegar melhor nesse cenário de menor receita”.

A recomendação para os papéis do Itaú, Bradesco e Santander é de outperform (compra).